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A morte esperou pelo chefe do Hamas por 2 meses em uma localidade chique de Teerã

A morte esperou pelo chefe do Hamas por 2 meses em uma localidade chique de Teerã

A morte esperou pelo chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, por mais de dois meses.

A morte esperou pelo chefe do Hamas Ismail Haniyeh por mais de dois meses. Uma bomba foi secretamente contrabandeada para a casa de hóspedes no Irã onde ele era esperado para chegar, relata o The New York Times citando várias autoridades nos EUA e no Oriente Médio.

Estava escondido na casa de hóspedes em uma localidade chique em Teerã, protegida pelo Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos (IRGC) – cerca de dois meses atrás. A casa de hóspedes ficava dentro de um grande complexo usado pelo IRGC para suas reuniões secretas e para abrigar convidados importantes.

A espera, porém, foi longa, mas foi proveitosa.

Haniyeh, um importante negociador do Hamas que liderou sua delegação política no Catar, chegou a Teerã para participar da cerimônia de posse do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

Na manhã de terça-feira, foi confirmado que ele estava em seu quarto na casa de hóspedes e os assassinos detonaram a bomba remotamente, informou o NYT. A explosão sacudiu o prédio. Uma parte da parede desabou. Janelas foram quebradas.

Haniyeh e um guarda-costas foram mortos no ataque que o Hamas chamou de “ataque sionista traiçoeiro à sua residência em Teerã”. O grupo palestino envolvido em uma luta mortal sobre a campanha de Israel em Gaza chamou isso de “grave escalada” ao acusar Israel pelo assassinato.

O assassinato do chefe do Hamas ameaçou interromper as negociações para acabar com a guerra e desencadear outra onda de violência.

Israel ainda não assumiu a responsabilidade. Mas o relatório afirma que oficiais da inteligência israelense compartilharam detalhes sobre a operação secreta com oficiais ocidentais no período imediato.

O principal diplomata dos EUA, Antony Blinken, negou que os EUA tivessem conhecimento prévio do plano de assassinato.

Especulou-se anteriormente que Haniyeh foi morto em um ataque de míssil, mas a teoria do míssil levantou dúvidas sobre como Israel evitou os sistemas de defesa aérea na capital iraniana. O dano causado foi mínimo, muito menor do que um ataque de míssil teria feito.

O relatório descobriu que os assassinos conseguiram encontrar uma brecha na segurança iraniana para contrabandear a bomba, embora ainda não esteja claro como eles conseguiram mantê-la escondida por dois meses.

Houve rumores de testemunhas que viram um objeto parecido com um míssil atingindo a janela do quarto de Haniyeh, mas autoridades iranianas confirmaram que a explosão ocorreu dentro do quarto e que a bomba havia sido colocada com antecedência.

De acordo com autoridades do Oriente Médio, levou meses para o planejamento e precisou de vigilância detalhada do complexo. O planejamento foi tão preciso que o quarto ao lado, onde o líder da Jihad Islâmica Palestina, Ziyad al-Nakhalah, estava hospedado, não foi tão danificado.

O assassinato causou enorme constrangimento às autoridades iranianas, que ainda não descobriram como ou quando as bombas foram plantadas.

Uma equipe médica alojada no complexo declarou Haniyeh morto. Eles falharam em reanimar o guarda-costas também.

A agência de espionagem e inteligência estrangeira de Israel, Mossad, é principalmente encarregada de assassinatos fora do país. O chefe do Mossad, David Barnea, havia prometido caçar os líderes do Hamas após os ataques de 7 de outubro.

Ele disse que levaria tempo, assim como aconteceu depois do massacre de Munique, para encontrar os líderes palestinos.

Barnea estava se referindo ao assassinato de 11 atletas israelenses por agentes palestinos nas Olimpíadas de 1972 em Munique. O Mossad havia ativado seu esquadrão de ataque para executar a operação secreta “Operação Ira de Deus”, codinome Bayonet, para vingar os assassinatos.

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