Vamos primeiro tirar do caminho a cronologia prática dos filmes de Corman, com “Death Race 2000” e “Death Race 2050” servindo como portais duplos para este mundo sádico e ultraviolento. Comece com o original de 1975, que usa a subversão tonal a seu favor para tecer uma sátira ousada e direta sobre a gamificação dos direitos humanos básicos (à la “Battle Royale”). A questão toda é atropelar diferentes grupos de pessoas para alcançar a pontuação mais alta, o que leva um mecânico a ser manipulado por grupos de resistência ansiosos por acabar com um esporte tão bárbaro. O elenco empilhado do filme apresenta as performances mais exageradas, incluindo os sempre divertidos Sylvester Stallone e David Carradine, cujos personagens competem ferozmente entre si pelo título de campeão.
O absurdo singular de “Death Race 2000” transparece em sua sequência “Death Race 2050”, que se passa em uma época em que a sociedade humana está à beira do colapso total e absoluto. A única distração que vale a pena quando confrontados com a extinção iminente é – você adivinhou – a Corrida Mortal, que agora utiliza as maravilhas cada vez mais distópicas da realidade virtual para elevar a corrida aos seus extremos. Embora esta sequência apresente alguns momentos memoráveis, eles não são tão inspirados como seu antecessor.
Quando terminar, passe para o lado do remake com “Death Race 2” de 2010, que é uma prequela da reinicialização de 2008. Talvez a única entrada de remake que conscientemente usa seus pontos fortes que desafiam a lógica, “Death Race 2” tem suas raízes no ano 3000, uma época que só é capaz de nutrir terrenos baldios irradiados que se tornam pistas de corrida para as partidas mortais realizadas ano após ano. Entre o implacável banho de sangue e a emocionante falta de consequências lógicas, “Death Race 2” nunca deixa de surpreender e entreter.