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A primeira entrevista de Kamala Harris, onde a candidata tentou provar que os seus valores “não mudaram” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Ago 30, 2024

Para sustentar isso, foi atrás no seu passado como procuradora-geral, tentando provar que havia uma outra vida antes da campanha de 2020 — o subtexto era o de que talvez essa campanha tenha contido propostas mais à esquerda do que aquelas que verdadeiramente defende. “Os meus valores não mudaram”, voltou a dizer Kamala. “Defendo métricas para a emissão de gases poluentes. Defendo que se acuse judicialmente quem faz entrar armas e drogas ilegalmente através da nossa fronteira. Os meus valores não mudaram.

É um exercício difícil. Em parte pelas posições que a própria assumiu durante a sua candidatura à presidência nas primárias democratas de 2020 (onde perdeu para Joe Biden); em parte pelo seu passado como congressista — em 2020, a associação GovTrack chegou mesmo a classificá-la como estando na ala “mais à esquerda” do partido no Congresso e como tendo sido das senadoras que menos fez propostas de lei bipartidárias.

Por outro lado, como já havia notado em 2020 um dos fundadores da própria associação, Josh Tauberer, à CNN, o passado de Kamala antes de ser senadora tinha uma inclinação mais moderada do que aquela que demonstrou de 2017 em diante. “Falta perceber que parte da sua carreira — as suas ações como procuradora e como procuradora-geral ou as suas propostas políticas no Congresso — se refletirá mais numa administração Biden”, disse à altura o analista, a propósito da escolha de Harris para a vice-presidência. Quatro anos depois, com a dificuldade de se fazer ouvir num cargo que é por natureza mais discreto, a dúvida aplica-se agora para uma futura Kamala Presidente.

Não há dúvidas, contudo, que Kamala candidata quer bater na tecla da moderação e da aproximação ao centro, para tentar colar Trump a um radicalismo deslocado do historial do Partido Republicano. Questionada sobre se equacionaria convidar um republicano para o seu governo, caso seja eleita, Harris não hesitou: “Sim, convidaria”, disse sem hesitar, mantendo o tom dado na Convenção, que contou com um discurso do congressista Adam Kizinger, conhecido pelas suas posições conservadoras, mas críticas de Trump.

Quando se seguiu a pergunta “Quem?”, a candidata não foi tão longe, dizendo que isso seria por “o carro à frente dos bois”. Mas, uma vez mais, Kamal harris aproveitou para mostrar que não quer ser a candidata da divisão: “Quando se tomam as decisões mais importantes, creio que é importante ter à mesa pessoas que têm outras perspetivas e experiências diferentes. E creio que seria benéfico para o povo americano que um membro do meu governo fosse um republicano”.

O resto da entrevista contou com duas pequenas interveções do candidato a vice-presidente, Tim Walz, que esteve longe de conseguir brilhar. Limitou-se a expressar orgulho pelo filho, depois da reação desta na Convenção que se tornou viral; e a justificar algumas polémicas que o têm envolvido, nomeadamente as afirmações de que teria tido experiência de combate como membro da Guarda Nacional e que a sua família recorreu a fertilização in vitro. 

Ao longo dos últimos dias, à medida que Walz se tornou uma figura mais reconhecida a nível nacional, os jornalistas descobriram que afinal não terá sido exatamente assim nos dois casos: Walz fez parte da Guarda Nacional durante 24 anos, mas não esteve em nenhum cenário de guerra; e passou por problemas de fertilidade com a mulher, mas a sua filha Hope não foi concebida através de fertilização in vitro, mas sim por inseminação intrauterina.





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