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acordo de paz implica “absolutamente” NATO ausente da Ucrânia” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 6, 2024

O chefe da diplomacia russa Sergei Lavrov avisou que “não acreditar que a Rússia tem linhas vermelhas é um erro muito grave”, numa entrevista, em Moscovo, com o jornalista norte-americano Tucker Carlson.

“Nós estamos prontos para qualquer eventualidade”, disse, repetindo uma recente declaração do Presidente Vladimir Putin, acrescentando, no entanto, que Moscovo prefere “soluções pacíficas através da negociação”. Em conversa com o antigo pivô do canal Fox News, Sergei Lavrov disse que eram “preocupantes” as ameaças de um possível ataque direto à Rússia levado a cabo pela NATO, lembrando que esta é uma “aliança defensiva”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que os Estados Unidos e a Rússia não estão “oficialmente em guerra” e garantiu que não é isso que o Kremlin quer. Contudo, caracterizou a situação na Ucrânia como uma “guerra híbrida”. “É óbvio que os ucranianos não conseguiriam fazer o que estão a fazer com as armas modernas de longo alcance sem a participação direta dos EUA”, disse.

Considerando “perigosa” a decisão norte-americana de permitir a utilização dos mísseis ATACMS contra território russo, o chefe da diplomacia russa diz que o Kremlin não quer “agravar a situação”, mas está “a enviar sinais”. “Esperemos que o lançamento do novo míssil Oreshnik tenha sido levado a sério”, concluiu.

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No que toca a um acordo de paz com a Ucrânia, Lavrov fez referência aos principais pontos das negociações que ocorreram em Istambul, na primavera de 2022, assumindo que estes seriam a base de uma nova negociação. Segundo menciona o governante russo, na proposta que teve perto de ser assinada na altura, previa-se uma Ucrânia, no pós-guerra, “sem a NATO, absolutamente: sem bases militares, sem exercícios militares com a participação de tropas estrangeiras”.

No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Kremlin afirmou, que “isso foi em abril de 2022, algum tempo passou, as realidades no terreno teriam de ser tidas em consideração e aceites”. A ser firmado um novo documento, o Kremlin exigiria que também se respeitassem “as mudanças na constituição russa”, assumiu Lavrov. Ou seja, que no seu território fossem incluídas as repúblicas de Donetsk e Lugansk, assim como as regiões de Kherson e Zaporíjia, onde foram feitos referendos, e que “são agora parte da Federação Russa”.

Já sobre a próxima administração norte-americana, Sergei Lavrov disse que Donald Trump é “uma pessoa muito forte” e “amigável nas conversas” que têm. No entanto, após elogiar a ambição por “resultados” do próximo Presidente norte-americano, fez questão de vincar que Trump “não é pró-russo como muitas pessoas o querem fazer parecer”. “A quantidade de sanções que recebemos durante a administração Trump foi muito grande”, justificou.

Lavrov recordou a expulsão de diplomatas russos dos EUA por Obama em 2016 — em retaliação contra a interferência da Rússia na eleição de Trump — e considerou que “isso não criou uma situação promissora” para as relações durante o primeiro mandato do republicano. O ministro russo acusa Biden de agora estar a tentar fazer o mesmo, deixando “o pior legado possivel” a Trump. Prevendo que as relações entre EUA e Rússia vão melhorar com a nova administração, o chefe da diplomacia russa disse que, no que toca à guerra na Ucrânia, “a bola está do lado deles”.





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