O maior problema de uma equipa que desce da Primeira Liga costuma ser a época seguinte. Porque existe um manancial enorme de receitas que deixam de existir, porque os custos têm de ser reajustados, porque toda a realidade competitiva, de bilhética e de abordagem à temporada acaba por ser diferente. Quem consegue esse equilíbrio, subindo ou não logo no ano seguinte, muito dificilmente passa muitos anos no segundo escalão; quem não consegue, arrisca-se não só a perder o comboio da ascensão mas também a entrar na vagão dos que lutam pela permanência. Mais do que todos os outros, o Santa Clara conseguiu – e com título.
Depois de ter garantido a subida ao principal escalão apenas um ano após fechar a Primeira Liga em 18.º e último lugar, o conjunto açoriano recebeu a União de Leiria em São Miguel na derradeira jornada e voltou a não facilitar, ganhando a corrida com o Nacional (que também subiu) pelo primeiro lugar do segundo escalão nacional. Tão ou mais importante, o triunfo por 2-0 permitiu que a formação orientada por Vasco Matos, que na última época era adjunto de Filipe Gonçalves no Casa Pia, terminasse a época de 2023/24 com apenas 19 golos sofridos ao longo das 34 jornadas da competição, num dos melhores registos na Europa.
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