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Alemães querem ir a votos, mas Scholz prefere esperar. Chanceler tenta evitar derrota quase inevitável? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 8, 2024

A sondagem do canal ZDF publicada esta sexta-feira não dá margem para quaisquer dúvidas. Um total de 84% dos alemães defende a realização de eleições federais antecipadas e apenas 13% se opõe. A Alemanha iria a votos a 28 de setembro de 2025, mas, esta quarta-feira, a coligação que governa o país desde 2021 colapsou. A governabilidade do país tornou-se uma tarefa quase impossível e a confiança entre os antigos parceiros ficou irremediavelmente danificada. Inicialmente, o chanceler Olaf Scholz sugeriu submeter o seu governo a uma moção de confiança a 15 de janeiro (o que levaria a eleições até ao final de março), mas o líder germânico já admitiu estar disposto a discutir uma nova data.

Para a maioria dos alemães as eleições até deviam ter lugar antes de março: 54% dos inquiridos da sondagem da ZDF defende essa opção, enquanto 30% concordam em esperar até lá. Os alemães parecem reconhecer as dificuldades para governar o país que terá à frente uma coligação formada agora apenas entre o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, sigla em alemão, e pertencente à família dos socialistas europeus) e os Verdes, aliança que perdeu na quarta-feira o apoio do Partido Liberal Democrático (FDP, sigla em alemão).

Não são apenas as difíceis condições para governar o país que motivam o desejo dos alemães irem a votos. É também o seu desejo de mudança de ciclo político. Uma sondagem publicada dias antes da crise política pelo canal estatal ARD mostra que 85% dos alemães estão insatisfeitos com a atuação do governo liderado por Olaf Scholz. Os eleitores já tinham dado, aliás, dado um cartão amarelo ao SPD, aos Verdes e ao FDP nas eleições europeias em meados de junho: todos estes partidos obtiveram péssimos resultados, sendo que os sociais-democratas sofreram uma humilhação (14%) e foram superados pelo partido de extrema-direita, a Alternativa para a Alemanha (AfD, sigla em alemão).

Por sua vez, o centro-direita obteve uma sólida vitória nas europeias e está bem colocado para ganhar as próximas eleições federais. Friedrich Merz, o líder da União Democrática Cristã (CDU, sigla em alemão) e que poderá tornar-se o próximo chanceler, já veio deixar duras críticas ao ato “irresponsável” de Olaf Scholz em ter proposto a moção de confiança em janeiro: “A vasta maioria do eleitorado alemão acredita que esta gestão é irresponsável”, assinalou, acusando o líder do SPD de colocar os “interesses político-partidários” acima do país.

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O falhanço da coligação, que conciliava posições ideológicas distintas, complica ainda mais o futuro político de Olaf Scholz. O chanceler, que sucedeu a Angela Merkel, nunca impressionou os alemães e teve de lidar, logo no início do mandato, com as consequências do início da guerra na Ucrânia. Simultaneamente, não está a conseguir dar a volta ao contexto económico de recessão na Alemanha, um dos principais motores económicos da União Europeia (UE).

Na Alemanha, um sistema político multipartidário, é comum a formação de coligações entre os partidos de esquerda e direita, próximos do centro político. Existe a Jamaica, assim conhecida pelas cores dos partidos que reúne: o preto do centro-direita (a CDU e a CSU, a União Social-Cristã da Baviera), o amarelo dos liberais e o verde dos Verdes. E a Semáforo, que governava a Alemanha até esta quarta-feira: junta o vermelho dos sociais-democratas, o amarelo do FDP e o verde dos Verdes.





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