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Amdouni e a certeza de que o Pai Natal veste sempre de vermelho (a crónica do Benfica-Estoril) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 23, 2024

A linha de pensamento do jogo foi delineada por Ian Cathro. O treinador escocês, que fala um português quase imaculado depois de ter sido adjunto de Nuno Espírito Santo durante vários anos, garantiu que o Estoril ia à Luz à procura do típico presente de Natal para os adeptos. Mas não esqueceu que a cor da quadra, apesar de tudo, não é propriamente o amarelo.

“Às vezes, o tentar ganhar torna o jogo um pouco mais aberto. Mas vamos lá para disputar o jogo. Sabemos que vamos jogar contra uma equipa muito boa, com grandes jogadores. Não acreditamos que o Pai Natal vai chegar para nos oferecer alguma coisa e sabemos também que, quando ele aparece, não vem vestido de amarelo. Vamos ter de trabalhar e correr muito”, explicou o treinador dos estorilistas na antevisão da visita à Luz.

Ficha de jogo


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Benfica-Estoril, 3-0

15.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Benfica: Trubin, Alexander Bah (Issa Kaboré, 90+2′), António Silva, Tomás Araújo, Álvaro Carreras, Fredrik Aursnes (Leandro Barreiro, 71′), Kökçü, Di María (Schjelderup, 90+2′), Aktürkoğlu (Rollheiser, 84′), Jan-Niklas Beste, Pavlidis (Amdouni, 71′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Arthur Cabral, Otamendi, Florentino

Treinador: Bruno Lage

Estoril: Joel Robles, Kévin Boma (Yanis Begraoui, 78′), Pedro Álvaro, Felix Bacher, Fabrício Garcia (Gonçalo Costa, 78′), Jordan Holsgrove, Vinícius Zanocelo, Wagner Pina, João Carvalho, Hélder Costa, Alejandro Marqués (André Lacximicant, 69′)

Suplentes não utilizados: Kevin Chamorro, Eliaquim Mangala, Jandro Orellana, Pedro Carvalho, Manga Foe-Ondoa, Israel Salazar

Treinador: Ian Cathro

 

Golos: Pavlidis (28′), Amdouni (73′ e 90+4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Kévin Boma (34′), a Kökçü (67′)

Ora, do lado de quem veste a cor do Pai Natal, o Benfica já sabia que entrava em campo com a possibilidade de passar a Consoada na liderança isolada do Campeonato. Depois do empate do Sporting em Barcelos com o Gil Vicente, os encarnados estavam à distância de uma vitória e dos consequentes três pontos para chegar ao primeiro lugar, à frente dos leões e do FC Porto, e entrar no dérbi de Alvalade do próximo fim de semana com o conforto do topo da classificação.

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Ora, neste contexto e escassos dias depois da vitória na Choupana contra o Nacional, no jogo que estava adiado desde outubro, Bruno Lage deixava Otamendi e Florentino no banco — até porque o central só chegou este domingo da Argentina depois de ter estado presente na quinceañera da filha. António Silva e Jan-Niklas Beste saltavam para o onze e Ian Cathro, do outro lado e num Estoril que vinha de duas partidas sem ganhar, lançava Alejandro Marqués, Hélder Costa e João Carvalho no setor mais adiantado.

O Estoril começou melhor e deixou a ideia de querer discutir o resultado logo nos instantes iniciais, com João Carvalho a rematar forte e de fora de área para uma defesa atenta de Trubin (2′). Os estorilistas atacavam essencialmente pela esquerda, com Fabrício a evidenciar-se como o elemento mais inspirado da equipa e a causar muitas dores de cabeça a Alexander Bah, que era frequentemente apoiado por Tomás Araújo na dobra.

O Benfica respondeu ao ascendente adversário essencialmente a partir do primeiro quarto de hora, já depois de Aktürkoğlu rematar para Joel Robles encaixar (7′), e Pavlidis teve desde logo uma grande oportunidade para abrir o marcador ao desviar em direção ao poste na sequência de um canto cobrado na esquerda (17′). Os encarnados exploravam principalmente o corredor direito, através de Bah e Di María e fugindo à organização defensiva do Estoril na faixa central, e Jan-Niklas Beste não conseguia disfarçar uma tarde pouco inspirada do lado esquerdo.

O jogo estava equilibrado e dividido até à meia-hora, com os estorilistas a ficarem perto de marcar através de um desvio de Alejandro Marqués ao lado (18′) e um remate de Fabrício que Trubin defendeu (22′), mas o Benfica acabou por mesmo por conseguir colocar-se em vantagem. Na sequência de um erro do Estoril na saída de bola, Di María recuperou a posse em zona adiantada e assistiu Pavlidis, que atirou de fora de área para surpreender Joel Robles e abrir o marcador (28′).

A equipa de Bruno Lage conseguiu colocar algum gelo na partida nos dez minutos seguintes, causando sempre perigo através da transição rápida e graças ao espaço que o conjunto de Ian Cathro deixava nas costas quando pressionava alto, mas a verdade é que foram os estorilistas a criar as principais situações de perigo da ponta final da primeira parte. Ao intervalo, o Benfica estava a vencer o Estoril pela margem mínima — e ficava a ideia de que os visitantes tinham a capacidade (e a vontade) para ir atrás de algo mais no segundo tempo.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a segunda parte começou desde logo com um lance polémico, com António Nobre a assinalar grande penalidade de Tomás Araújo sobre Fabrício (48′) e a mudar de ideias depois de analisar as imagens do VAR, acabando por reverter a decisão. O Estoril continuava a procurar discutir o jogo, apesar de se colocar em situações complexas sempre que subia as linhas e deixava espaço nas costas, e o Benfica não tinha as ocorrências totalmente sob controlo.

O encontro foi decorrendo com alguma indefinição e o Estoril, apesar de não ter grande capacidade para criar oportunidades de golo, também ia impedindo que o Benfica se aproximasse consecutivamente da baliza de Joel Robles. Pavlidis teve a melhor ocasião da segunda parte até então, num lance em que atirou por cima na cara do guarda-redes espanhol (70′), e Bruno Lage lançou Amdouni e Leandro Barreiro pouco depois para tirar o avançado grego e Aursnes.

Instantes depois, como já tantas vezes tem acontecido, Amdouni marcou. Di María cruzou na direita, Aktürkoğlu ainda permitiu uma boa defesa a Joel Robles, mas o avançado suíço, na recarga, aumentou a vantagem dos encarnados (73′). Ian Cathro voltou a mexer, sendo que já tinha lançado André Lacximicant, e colocou Gonçalo Costa e Yanis Begraoui — mas os estorilistas já não conseguiram reverter o destino da partida, com Amdouni a conseguir ainda bisar nos descontos com um cabeceamento na sequência de um canto (90+4′).

O Benfica venceu o Estoril na Luz e ultrapassou Sporting e FC Porto para assumir a liderança isolada da Liga com mais um ponto do que leões e dragões e na antecâmara do dérbi de Alvalade no próximo fim de semana. Tal como Ian Cathro recordou ainda na antevisão, o Pai Natal veste sempre de vermelho — e Amdouni só teve de entrar para recordar isso mesmo. Duas vezes.





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