A derrota da equipa Sub-19 na Suíça frente ao AC Milan após desempate nas grandes penalidades, num jogo a contar para as meias da Youth League, acabou por deixar um sabor agridoce esta sexta-feira que o próprio Pinto da Costa reconheceu. “Foi inglório. Foi uma pena porque a equipa esteve muito bem, fez um bom jogo. Mostrámos que temos valores que são uma garantia para o futuro. Agora, foi uma infelicidade mas é futebol, é assim”, comentou esta noite, lamentando um triunfo que fugiu com um golo nos descontos mas que nem por isso irá impedir que alguns jovens façam a pré-temporada de 2024/25 com a formação principal. Apesar desse sentimento, o líder dos dragões teve um dos momentos de apoio mais calorosos da campanha, num jantar em Penafiel que ganhou o último Dragão de Ouro entre as Casas e é a terra de António Oliveira.
O antigo jogador e treinador, que durante vários anos passou só a ter o papel de maior acionista individual da FC Porto SAD, aceitou o repto lançado por Pinto da Costa e faz parte da lista A às eleições dos azuis e brancos no dia 27 de abril, sendo candidato à vice-presidência do clube. Foi nessa condição que, mais uma vez, voltou a acompanhar o presidente portista em mais uma ação. E foi nessa condição que acabou por ter uma das frases mais fortes da noite na sua cidade natal. “Se Pinto da Costa perder as eleições, em 2028 estarei cá eu para ganhar”, prometeu no jantar convívio em Penafiel, citado pelo jornal Record, numa declaração que fica como um dos pontos marcantes ao longo da caminha desde o anúncio da recandidatura.
Antes, Pinto da Costa tinha defendido o acordo apresentado na véspera à CMVM com a Ithaka, passando ao lado das dúvidas geradas pela data de criação da sociedade de investimento. “Não vou dizer o que ia dizer, vocês idealizem. Mas isso é um disparate de todo o tamanho… Andamos com este contrato há um ano e meio, fechámos agora o contrato e tem duas premissas: uma é que os 65 milhões que nos vão pagar, só nos vão pagar em junho. Portanto, não é para nos salvar as contas, nem para resolver problemas. É em junho que vão pagar. E se algum candidato que venha a ser eleito não quiser, até 1 de julho pode rescindir o contrato. É só devolver os 65 milhões de euros. Portanto, isso é um dos maiores disparates que tenho ouvido de outra candidatura”, apontou o líder portista, que manteve a mira apontada a Villas-Boas.
“A outra candidatura só critica. Como é que se pode reprovar ou criticar um contrato que fizemos que não nos vai resolver problema nenhum a nós, Direção atual, porque os 65 milhões são pagos em junho, já depois de eleições, de quem ganhar tomar posse. Como é que se pode criticar uma coisa dessas? É a mesma coisa criticar uma Academia. Todos tínhamos o sonho de uma grande academia. Vamos ter uma Academia que é a melhor portuguesa. Está tudo resolvido. Para a semana, vocês vão ser convidados a ir lá para ver os tratores, o terreno, os projetos. Está tudo pronto. É uma barbaridade, é tudo disparates. O candidato Villas-Boas, em relação à Academia, disse que era uma utopia e um chorrilho de mentiras. Se ele tivesse carácter, tinha pedido desculpa por me ter ofendido publicamente. Agora, onde é que está a utopia? Acreditarmos numa coisa, sonhar por uma coisa, lutar por uma coisa, é utopia?”, salientou Pinto da Costa.
Em paralelo, o presidente dos azuis e brancos comentou também a apresentação de Andoni Zubizarreta e Jorge Costa para a direção desportiva do futebol. “O Jorge Costa é um dos símbolos do FC Porto, foi um atleta que deu tudo pelo FC Porto, por quem tenho uma grande estima e apreço. Não haja a mínima dúvida. Agora, se está preparado para cargos diretivos, não sei. O iniciar é sempre o risco. Sobre o Zubizarreta, o que sei dele é que foi despedido de Barcelona, foi despedido de Marselha e desde 15 de maio de 2020 que estava desempregado. Não compreendo bem que um indivíduo que tem este currículo, que está desempregado e que ninguém lhe pegou, como é que pode vir para o FC Porto num espírito de renovação“, disse.
“Saída de Jorge Costa do clube? Ele seguiu a carreira de treinador. Naturalmente que não estava preparado, como não está certamente, para ser treinador do FC Porto e seguiu a sua vida. Andou por Olhão, pelo estrangeiro, por Viseu. Afastou-se do FC Porto em termos de ter interrompido a sua ligação como sócio mas no ano passado recuperou as quotas de 14 anos. Portanto, é sinal de que quer continuar ligado ao FC Porto. E, repito, para mim, como pessoa, como atleta de passado, é uma pessoa que eu admiro muito. Agora, se está preparado… Acho arriscado uma equipa em que o presidente candidato tem experiência de treinador, o diretor tem experiência de jogador e de diretor, e o homem forte, como disse, está desempregado há quatro anos e foi despedido de Barcelona e de Marselha e não foi por boas coisas…”, concluiu.