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As lágrimas de Geny numa noite de chorar por mais em que Amorim voltou a reinar (a crónica do Sporting-Benfica) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 6, 2024

Um jogo muito importante, um dérbi fulcral, um encontro com peso, um duelo relevante. Havia quase uma tendência inconsciente da parte de Sporting e Benfica para fugir ao que estava verdadeiramente em causa no reencontro em Alvalade de ambas as equipas depois de mais um empate a contar para a Taça de Portugal que beneficiou os leões. Porquê? Talvez pela ideia inata de que não falar pode fazer com que não seja bem assim. Mas era. Nova igualdade poderia deixar tudo como era mas sem essa possibilidade de haver mais confrontos diretos. Um triunfo dos encarnados colocaria o Campeonato completamente ao rubro, sendo que a partir daí os leões não tinham outra alternativa que não fosse ganhar todos os últimos sete encontros até ao final para dependerem apenas de si. Já uma vitória da formação verde e branca seria quase um xeque na decisão. Por estas e outras razões, o que estava em causa era um duelo decisivo. Decisivo e com respostas para dar.

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Do lado do Sporting, Rúben Amorim não teve problemas em assumir que esperava mais da equipa na partida da Taça de Portugal na Luz. Antes do reencontro, o técnico fez questão de destacar que os jogadores deram o que tinham e o que não tinham pela passagem à final da prova, mas admitiu uma série de lacunas que queria agora corrigir, nomeadamente a falta de capacidade de controlar os momentos do jogo em posse e a falta de bola que colocou a equipa numa situação onde não se sente confortável. “De uma forma geral, precisamos melhorar a agressividade no bom sentido, a velocidade com que encaramos todas as situações, pequenos pormenores que entram no jogo. O bom é que essa partida da Taça acabou e podemos refazer a história neste”, destacou o treinador verde e branco, numa conferência onde se falou muito sobre a possível saída.

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“Uma vitória é um passo importante para o título, é sempre importante vencer agora para ficarmos com uma vantagem de quatro pontos e mais um jogo ainda por disputar. Se assinava antes do início o empate? Não, temos de vencer o jogo. Antes do jogo claramente não assinava um empate. Com o decorrer do jogo veremos qual será o melhor resultado. Espero que sejamos melhores independentemente do que o Benfica fizer e há certas situações que vamos melhorar de certeza absoluta. Espero um encontro muito dividido mas espero que tenhamos uma melhor entrada e que sejamos melhores em todas as fases do jogo. Temos de jogar ao nosso nível. Não peço nada de especial aos jogadores mas ao nível que habituaram os nossos adeptos”, salientara, sempre com a ideia de que o jogo foi preparado à luz da própria equipa e não do adversário.

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Da parte do Benfica, com Roger Schmidt a falar num “jogo crucial” mas a dividir a pressão de igual forma pelas duas equipas apesar de reconhecer que os leões tinham uma situação ligeiramente melhor pelo lugar que ocupam, o dérbi em Alvalade era sobretudo um palco para dar a volta a alguns pontos que, como se viu na primeira parte do encontro da Taça de Portugal na Luz, podiam ser contrariados. Exemplos? A maneira como os encarnados têm começado pior os dérbis, o que não aconteceu na terça-feira, ou a capacidade de os encarnados poderem comandar os momentos do jogo, como se viu na terça-feira. Os campeões tinham no quarto dérbi da época uma prova de vida, de força e de resistência. E a confiança era a prova disso.

“São sempre jogos difíceis. Agora é o mesmo, num estádio diferente. O ambiente é diferente. As equipas mostraram que estão bem. Fizemos um bom jogo e estamos num bom momento de forma mental, física e tática. É um jogo diferente, começa do zero. Sabemos da situação na Liga e seria muito bom ganhar este jogo. É uma corrida em aberto até ao último jogo. A luta pelo título é muito exigente e penso que é um jogo crucial. Temos de nos focar em fazer um jogo de topo. Se o Sporting ganhar é mais difícil para nós sermos campeões, um empate também não torna as coisas fáceis. Se ganharmos, claro que é uma situação diferente. Mas penso que é decisivo para ambos. No momento, eles têm mais pontos. A situação deles é um pouco melhor. Pressão, temos sempre. Precisamos de ganhar e temos de ver mais como uma oportunidade do que como uma situação de pressão”, tinha salientado na antevisão do encontro o técnico germânico.

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Houve algumas nuances mas as três certezas de todos os últimos cinco dérbis entre Amorim e Schmidt foram mais uma vez confirmadas: 1) o Sporting marcou primeiro; 2) o jogo teve três golos; 3) podia dar empate ou vitória pela margem mínima. O Benfica teve mais momentos por cima do jogo do que nos outros encontros em Alvalade, houve duas bolas na trave de ambas as equipas que podiam ter mudado a história do dérbi mas acabou da forma mais inesperada possível com um herói improvável chamado Geny Catamo que escreveu a letras de ouro e entre lágrimas o seu nome na história dos grandes duelos entre rivais lisboetas. Não havendo uma decisão concreta sobre o Campeonato, os leões deram um passo importante para o título, até tendo em conta que, em caso de triunfo no jogo em atraso em Famalicão, podem ficar com sete pontos de avanço com seis jornadas por jogar. E, mais uma vez, mérito a Amorim. Por ter “criado” o ala moçambicano, pela dinâmica que criou na equipa e pela forma como não se queixa de problemas e cria as soluções.

Sentia-se em Alvalade um sentimento de euforia. Euforia, quase euforia, a caminho da euforia. Aquilo que se pode viver nas bancadas é uma coisa, aquilo que os jogadores fazem ou não é outra. Ainda assim, tudo acaba por ter sempre a sua ligação mas o que ninguém poderia adivinhar era que seria a equipa do Sporting a ter o condão de puxar ainda mais pelas bancadas com o primeiro golo logo aos 53 segundos. Pedro Gonçalves, que regressava de lesão sem que se soubesse como estaria em termos físicos, teve uma jogada fantástica pela esquerda, passou por Bah sem pedir licença, desequilibrou Florentino Luís com uma finta de corpo e cruzou para o desvio de Trubin e o remate ao segundo poste de Geny Catamo. Entre as cinco caras novas de Amorim em relação ao jogo da Taça, dois já tinham feito a diferença contra o onze repetido por Schmidt. Os minutos seguintes tiveram um esboço de reação com dois cantos à mistura mas não mais do que isso.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Benfica em vídeo]





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