A criação de mecanismos que permitam angariar novas famílias de acolhimento para crianças e jovens é um desafio para a Associação de Proteção à Rapariga e à Família (AIPAR) de Faro, que procura aumentar essa reposta, disse a presidente.
Maria Filomena Rosa, presidente da AIPAR, explicou à Lusa que a instituição engloba uma casa de acolhimento em Faro e agregados que recebem os menores, mas o grande desafio é dar a conhecer os programas de apoio o público e encontrar novos agregados disponíveis e com condições para acolher crianças e jovens em risco.
Atualmente com sete famílias certificadas para fazer acolhimento e cinco crianças colocadas nessas residências, a AIPAR tem também a responsabilidade de encontrar as famílias de acolhimento com condições para receber os menores e esse trabalho de comunicação não é fácil devido à limitação de recursos humanos.
Maria Filomena Rosa afirmou que, desde que a AIPAR estabeleceu o acordo com a Segurança Social para ser uma instituição de enquadramento para crianças e jovens, em novembro de 2022, “começou a luta de angariação de famílias”.
Segundo a presidente da AIPAR, compete às próprias instituições de enquadramento “encontrar famílias que queiram generosamente dispor-se a esta aventura, que é ajudar a melhorar a vida e o desenvolvimento emocional” de uma criança ou jovem.
“E, para além de encontrarmos famílias, temos de fazer o seu acompanhamento, que é um esforço megalómano. Portanto, temos que preparar as famílias, dar formação, avaliar, e quando, que é o caso neste momento, já temos crianças e jovens integrados em famílias de acolhimento, temos que fazer o acompanhamento sistemático e regular para ter noção de como é que as coisas estão a ocorrer”, notou.
Maria Filomena Rosa reconheceu que “é muito difícil passar a mensagem” ao público e a “grande dificuldade” tem sido “encontrar famílias”, argumentando que as associações têm de se “transformar em instituições de comunicação, de marketing”, porque os técnicos percebem que as famílias interessadas no acolhimento desconheciam esses programas antes do contacto com a associação.
Destacando a importância do rigor na monitorização e seguimento às famílias para dar segurança aos menores, famílias biológicas com descendentes a cargo das associações ou Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, a responsável enalteceu o trabalho realizado numa maratona solidária de ideias que juntou cidadãos e profissionais de diferentes áreas para encontrar soluções nesta matéria.
Denominada Hackathon Social, a iniciativa, que decorreu em setembro, em Faro, teve dois resultados “interessantes”, permitindo não só falar desta matéria “a pessoas que não são das áreas sociais” e nunca tinham tido contacto com o tema, como chamar profissionais do setor tecnológico, que estão agora a colaborar com a associação, sublinhou.
Contando com a colaboração destes voluntários, a associação pode agora ter “a ajuda e o apoio de especialistas da comunicação” e “pessoas ligadas a empresas tecnológicas” na definição de estratégias de divulgação e uniformização das mensagens para tentar angariar mais famílias de acolhimento.
“Eu posso dar o exemplo de um vídeo maravilhoso que foi produzido e que pode nos servir como material de campanha”, exemplificou, mostrando-se convicta de que o trabalho desenvolvido por todos vai permitir à AIPAR aumentar o número de famílias de acolhimento.