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Associações de militares estão expectantes com mandato do novo chefe da Armada e esperam apoio do Governo – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 26, 2024

As associações socioprofissionais de oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas esperam que o poder político dê condições ao próximo chefe do Estado-Maior da Armada para resolver problemas, nomeadamente ao nível do recrutamento e retenção.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), comandante Carlos Marques, começou por felicitar o vice-almirante Jorge Manuel Nobre de Sousa pela nomeação para o cargo de chefe do Estado-Maior da Armada e “desejar maiores sucessos” ao militar que toma posse na sexta-feira.

Presidente da República nomeia Jorge Manuel Nobre de Sousa para Chefe do Estado-Maior da Armada

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A AOFA espera que o mandato de três anos “tenha o apoio governamental, no sentido em que isso se materialize na disponibilização dos recursos necessários à gestão da Marinha”.

“E este é um aspeto que consideramos extremamente importante porque de outra forma, naturalmente, por maior empenho, maior vontade que haja para fazer bem e fazer melhor, há condicionamento se não houver apoio por parte da tutela”, salientou.

A escolha não causou surpresa ao comandante Carlos Marques, para quem Nobre de Sousa “tem atributos e virtudes que são reconhecidas e uma experiência longa de mais de 40 anos de carreira, em particular na área operacional”, fator que classificou como positivo por ter “uma noção alargada das necessidades da Marinha”.

“Seguramente [o novo CEMA] vai prosseguir nesse sentido, escolher o melhor rumo e os melhores portos de abrigo para uma navegação que é sempre atribulada e, neste momento, as águas também estão agitadas com um conjunto de dificuldades, nomeadamente as que dizem respeito ao recrutamento e depois à retenção também dos próprios militares”, alertou.

Para a associação, os aumentos de remunerações e suplementos anunciados pelo Governo foram bons mas “um paliativo muito ligeiro”.

O presidente da AOFA fez ainda um balanço positivo do mandato do chefe da Armada cessante, almirante Henrique Gouveia e Melo, que vai passar à reserva na sexta-feira.

Para o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), sargento Lima Coelho, a avaliação do mandato de Gouveia e Melo não é tão positiva, considerando que o “fator humano foi muito mal tratado”.

Já sobre o novo chefe militar da Armada, o sargento Lima Coelho afirmou que “independentemente do nome, o mais importante é saber que meios e que condições é que ele vai ter para o exercício da missão”.

“O que é que o Governo lhe vai atribuir, que condições ele terá para reverter esta dificuldade de recrutamento e retenção, ou para ajudar nisso, para reconhecer a valorização profissional dos seus homens e reverter ações absolutamente injustas e despachos, absolutamente ofensivos, que o anterior almirante CEMA produziu, e para ter uma abertura e uma ligação às associações melhor do que aquela que se assistiu no mandato do senhor almirante Gouveia e Melo”, considerou.

Lima Coelho criticou um despacho em concreto que determinou que certas funções desempenhadas por praças passassem a ser feitas por sargentos, “numa clara desvalorização da sua função e até num atestado de incompetência aos praças da Armada”.

Pela Associação de Praças (AP), o cabo-mor Paulo Amaral também desejou as maiores felicidades a Nobre de Sousa, a quem irá pedir uma audiência para manifestar as suas preocupações.

“A questão aqui passa por aquilo com os chefes dos ramos, e neste caso do almirante chefe de Estado e Maior da Armada, terá possibilidade e terá campo para fazer”, salientou, referindo-se ao poder político.

O cabo-mor manifestou-se expectante de que haja um “trabalho conjunto” para resolver problemas que persistem nas Forças Armadas, como “a fraca retenção e o muito pouco recrutamento”.

O vice-almirante Jorge Nobre de Sousa vai tomar posse na sexta-feira como novo chefe do Estado-Maior da Armada, sucedendo ao almirante Henrique Gouveia e Melo, que não quis ser reconduzido no cargo por mais dois anos.

Gouveia e Melo vai também ser condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.





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