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Autárquicas e Presidenciais. BE quer “romper com mandatos anteriores” e defende candidatura que “represente o povo de esquerda” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 8, 2024

A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda convocou este domingo a 14.ª Convenção Nacional do partido para 31 de maio e 1 de junho do próximo ano, em Lisboa. A data foi anunciada pela coordenadora nacional do partido, Mariana Mortágua, em conferência de imprensa, num hotel em Lisboa, após a reunião da Mesa Nacional, órgão máximo entre convenções.

Interrogada sobre se pretende voltar a apresentar uma lista à Mesa Nacional do partido na próxima convenção, Mariana Mortágua respondeu apenas: “Sobre a convenção, veremos. O prazo de apresentação de moções é no dia 3 de fevereiro, agora cabe ao Bloco de Esquerda organizar-se, fazer o debate interno e também as propostas depois à direção do partido”.

Na última convenção, realizada em 27 e 28 maio de 2023, Mariana Mortágua foi escolhida pelo partido como coordenadora nacional, sucedendo a Catarina Martins que ocupou este cargo durante uma década e é atualmente eurodeputada.

Nesta conferência de imprensa, Mariana Mortágua foi questionada sobre as eleições presidenciais de 2026, afirmando que o BE tem “acompanhado com interesse a profusão de candidaturas e de vontades presidenciais ou presidenciáveis que têm aparecido nos últimos tempos”.

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“Há candidatos para todos os gostos, todos bastante à direita. E acho que a responsabilidade do BE é de que o partido possa protagonizar, apoiar, encontrar uma candidatura que represente o povo de esquerda em Portugal”, considerou.

Essa candidatura, de acordo com a coordenadora nacional, deve representar “posições muito claras sobre a política de Israel de genocídio na Palestina, sobre a política de escalada militar que estamos a ver, sobre direitos humanos” e sobre as “questões essenciais à esquerda em tempos tão difíceis, de grande convulsão”.

Já sobre as autárquicas do próximo ano, mais concretamente sobre a Câmara Municipal de Lisboa, a coordenadora bloquista insistiu que o partido vai apresentar uma candidatura própria à autarquia da capital mas mantém em aberto uma coligação com o PS.

Mortágua afirmou que o nome escolhido para protagonizar essa eventual candidatura é importante mas priorizou, sobretudo, o programa, que terá que “romper com mandatos anteriores”.

“E mandatos anteriores quer dizer [romper com] a política de Carlos Moedas, que já percebemos que é um desastre: é um desastre no sem-abrigo, é um desastre no trânsito, é um desastre na mobilidade, é um desastre nas questões da imigração, é um desastre completo. Mas também [romper] com as políticas de Fernando Medina, que também foram um desastre na habitação e que também contribuíram para a turistificação e para a gentrificação de Lisboa”, avisou.

Nesta conferência de imprensa a coordenadora nacional do BE insistiu no apelo à assinatura de uma petição, lançada pelo partido, que pretende melhorar as condições laborais dos trabalhadores por turnos.

Realçando que estão em causa cerca de 800 mil trabalhadores, os bloquistas querem que quem trabalha por turnos tenha direito a um acréscimo salarial de pelo menos 30% do seu salário, antecipação da idade de reforma em seis meses por cada ano de trabalho por turnos (até ao limite dos 55 anos de idade), dois fins de semana de descanso a cada seis semanas de trabalho e descanso de 24 horas entre cada turno.

Na resolução aprovada hoje pela Mesa Nacional, divulgada pelo partido, é feita uma análise do resultado das eleições presidenciais norte-americanas, vencidas por Donald Trump. Nesse capítulo, os bloquistas defendem que a esquerda deve rejeitar “a armadilha das ‘guerras culturais’ da extrema-direita”, vincando que “a esquerda disputa as ideias universais de liberdade e igualdade” e “a partir desse imaginário, acolhe todas as lutas que cabem na agenda anticapitalista”.

No documento é criticada a “escalada militarista” dos EUA mas também da União Europeia que “segue acriticamente a política de Washington e entra na corrida armamentista sem qualquer estratégia para a paz na Europa”.





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