Em atualização
Cerca de uma hora depois do início da vigília no Bairro do Zambujal, Amadora, uma homenagem ao homem de 43 anos morto pela PSP na madrugada de segunda-feira, ouviu-se o rebentamento de alguns petardos e disparos isolados para o ar. Os moradores que se juntaram à vigília pedem “justiça” por Odair Moniz e defendem que a polícia “disparou a matar”. O corpo de intervenção da PSP chegou ao bairro quando faltavam poucos minutos para as 17h para “dissuadir” momentos como os da noite de segunda-feira. Cerca de 100 pessoas aproximam-se do dispositivo policial em protesto.
Jaiza Sousa foi uma das moradoras que participou na vigília. De megafone na mão, é uma das que dá o mote às palavras de ordem do grupo. Ao Observador, diz que Odair Moniz era um “homem pacífico”, “amado por todos da comunidade”. A mulher acredita que a atuação da polícia, na madrugada de segunda-feira, foi “mais do que desproporcional” e que o “polícia que disparou fê-lo para matar”.
Reunidos junto a um café do bairro onde Odair Moniz trabalhava, o desagrado com a presença da comunicação social era evidente, logo após o final da vigília, que durou cerca de uma hora e meia. Muitos recusavam-se a falar. Alguns dos membros da associação de moradores aconselhavam as equipas de reportagem a afastarem-se do local.
Foi nesse momento que chegou a primeira equipa da PSP, uma carrinha com elementos do corpo de intervenção que se posicionou no local, mas sem qualquer intervenção. Logo a seguir chegaram mais reforços — elementos das Equipas de Intervenção Rápida da PSP — com o objetivo de “dissuadir” que com a chegada da noite o Bairro do Zambujal voltasse a dar palco a uma batalha campal entre alguns grupos de encapuzados e os elementos das forças de segurança.
Meia hora mais tarde, um grupo de cerca de 100 pessoas de braço no ar aproximaram-se das equipas da PSP com um grito: “Justiça.”lícxia