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Bhout. O saco de boxe inteligente que começa com um sonho “estranhíssimo” e que espera dar um pontapé em novo investimento – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 13, 2024


O Bhout Club tem atualmente cerca de 750 clientes ativos. Sem receção, a marcação de aulas é feita online, através de uma aplicação. O custo dos treinos foi aumentado “em média 5%” no início de março, para “compensar a inflação”, sendo que varia entre os 39 euros (4 aulas por mês) e os 81 euros (20 por mês). Para o futuro, a empresa diz que não está a ser contemplada uma nova subida, mesmo que o ginásio vá sofrer uma remodelação.

A partir de maio, aquele que foi o primeiro Bhout Club vai estar “completamente novo”. Os sacos de boxe pendurados aquando da visita do Observador, que eram “smart but not so smart” pois “sabiam” apenas que “existia um impacto”, vão ‘cair’ para dar lugar a outros mais modernos e com mais tecnologia.

Apesar de mais inteligentes do que os antigos, os novos sacos “nascem burros” e precisam de ser treinados, nomeadamente a sua exatidão, com recurso a machine learning. Aqueles que os vão golpear deverão sentir, segundo Mauro Frota, que estão a atingir algo “mais biológico e orgânico”. Ou seja, a experiência deverá ser “mais parecida com o bater numa pessoa” sem efetivamente o fazer.

Por isso, os novos sacos foram feitos para “imitar o corpo humano” e têm multicamadas como, por exemplo, uma que imita a pele e é feita com pele natural de cato. O interior é composto por 85% de água, armazenada em “botijas” que não têm de ser recarregadas ao longo do tempo, para imitar a densidade dos órgãos humanos. Além de permitirem uma rotação de 180 graus, até porque não estarão pendurados, têm sensores que, com recurso à inteligência artificial, identificam murros, pontapés e joelhadas.


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Em 200 milissegundos, os sacos sabem a quantidade de golpes, sabem se a pessoa está a bater onde devia durante a sequência, sabem a velocidade e a potência de cada golpe. É através de 3D Computer Vision [o saco tem uma câmara] e da inteligência artificial que identificam a técnica que a pessoa está a usar”, explica Mauro Frota.

Quanto mais perfeita for a técnica ou maior a velocidade, mais pontos o utilizador ganha. Quanto mais cansado estiver, como acontece nas lutas de boxe verdadeiras, mais vai perder. No total, são seis as métricas que podem ser transformadas em pontos: precisão, potência, velocidade, técnica, cansaço e a quantidade de golpes. De acordo com Mauro Frota, os utilizadores “ganham pontos por cinco das métricas e perdem pontos pelo cansaço”. A pontuação, além de poder ser uma motivação extra, representa a união que a startup quer fazer entre os mundos do fitness e do gaming.

Os novos sacos vão ter nove áreas golpeáveis e, através da aplicação, os seus utilizadores poderão perceber quantos murros ou pontapés deram em cada parte durante o treino e qual a velocidade média com que o fizeram. Neste momento, a aplicação da Bhout ainda só permite comprar a mensalidade e marcar as aulas. A partir de maio, com a remodelação dos clubes, vai possibilitar não só ver as métricas — e ter acesso a um “relatório” com dicas sobre como evoluir — como escolher o saco em que quer treinar.

A aplicação da Bhout é gratuita?


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Para os utilizadores que têm uma mensalidade nos clubes Bhout a aplicação é gratuita. Porém, se a pessoa optar por usar o saco em casa terá que pagar um valor por mês. Se estiver num hotel será esse o responsável pelos custos. Questionado pelo Observador sobre se os valores diferem, Mauro Frota diz que sim.

  • Para as casas existem dois valores: 14,99€ se for para uma só pessoa, 39,99€ se for para uma família inteira.
  • Quanto às empresas ou hotéis dependerá do número de utilizadores. “Não há ainda um número fixo, será progressivo consoante o número de pessoas” que usam o saco.

A produção dos sacos é feita a nível nacional, o que, admite Mauro Frota sem avançar com números, fica mais caro à empresa do que se tivesse optado por parceiros internacionais. Questionado pelo Observador sobre o porquê desta aposta, diz que ainda são conseguidos “preços razoáveis” em Portugal. “Depois, temos um controlo sobre a produção, especialmente numa fase inicial, muito grande”, acrescenta. A startup tem “cinco fábricas a produzir diversos componentes para o saco entre a Marinha Grande e Leiria”, região que acolhe a sua sede social e os laboratórios de engenharia. Neste momento, prevê que a partir do início do último trimestre do ano consiga produzir “mil sacos por mês”.



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