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Bloco diz que eurodeputados aprovaram Comissão Europeia das “portas giratórias” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 27, 2024

A eurodeputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins considerou esta quarta-feira que a Comissão Europeia aprovada pelos eurodeputados é a das “portas giratórias” e que tem a presença da extrema-direita com um “peso desproporcional”.

“Quem vive com tantas dificuldades, vai viver com ainda mais”, avaliou Catarina Martins, pouco depois da aprovação do colégio de comissários de Ursula von der Leyen para os próximos cinco anos na sessão plenária do Parlamento Europeu, apelidando o executivo de ser um “de austeridade”.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento Europeu (PE) em Estrasburgo, em França, a eurodeputada bloquista considerou que há “comissários que são verdadeiros conflitos de interesse”.

A comissária portuguesa, Maria Luís Albuquerque, “é o exemplo das portas giratórias, mas não é a única”, advogou a antiga coordenadora dos bloquistas.

O executivo comunitário que foi aprovado esta quarta-feira por maioria simples também tem a presença da extrema-direita com um “peso desproporcional”, que “não tem a ver com o seu peso nem no Parlamento Europeu nem no Conselho Europeu”.

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Em causa está a escolha de Raffaele Fitto, do Irmãos de Itália (extrema-direita), para uma vice-presidência.

Catarina Martins apontou o dedo às bancadas socialista e ecologista, uma vez que os Socialistas & Democratas (S&D) e os Verdes votaram a favor do colégio. “Como é que puderam apoiar uma Comissão com a extrema-direita? Acho que terão muito que explicar aos seus eleitorados”, sustentou, defendendo que só a Esquerda é a oposição neste momento.

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira — com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções — o novo colégio de comissários, novamente liderado por Ursula von der Leyen.

A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre as três maiores forças partidárias da assembleia europeia (centro-direita, socialistas e liberais) para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.

Ursula von der Leyen foi, em julho passado, reeleita no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 1 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.

O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente ‘puxando’ pela inovação, descarbonização e segurança.

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