A abertura do novo Centro de Saúde no Catujal e “médicos de família para todos” são as principais reivindicações de uma concentração promovida no sábado, junto ao novo equipamento, pela CDU de Loures.
“Já há vários meses que ouvimos falar em datas que vão sendo sucessivamente adiadas, era para ser em maio, depois em junho, e passou. Entretanto, falou-se em novembro, fala-se em dezembro, mas nunca tivemos uma data certa que nos fosse dada para abertura do centro de saúde”, afirmou à Lusa Fernando Santos, vereadora da CDU na Câmara de Loures, no distrito de Lisboa.
A coligação promove, no sábado, a partir das 11h00, uma concentração junto ao novo Centro de Saúde do Catujal, na freguesia de Unhos, para exigir a abertura do equipamento, cuja obra se encontra concluída há alguns meses, e médicos de família para as freguesias do concelho.
“O edifício está pronto, a obra já foi entregue há vários meses pelo empreiteiro à câmara municipal, que é quem está a fazer as obras, mas temos estado sucessivamente a aguardar que o centro de saúde abra”, referiu Fernanda Santos.
“O que tem sido dito é que faltam equipamentos, e que andam a tentar encontrar médicos, mas julgamos que a questão não seja exatamente os equipamentos, mas possa ser a falta de médicos”, acrescentou.
A autarca explicou que o novo centro de saúde “vai servir duas freguesias dentro da união de freguesias” e que a Apelação, “neste momento, não tem um único médico de família”, deixando parte significativa dos cinco mil habitantes da freguesia sem clínico atribuído, pois “alguns são atendidos há vários anos em outros centros de saúde e não mudaram”.
“No caso do centro de saúde de Unhos, existe um, dois médicos, o que significa que dos 10 mil habitantes, uma parte considerável também não tem médico de família”, apontou.
Para Fernanda Santos, não tendo uma data para a abertura, e sabendo-se da “dificuldade de médicos, tanto ali como em todo o país”, é altura de alguém dar “uma explicação concreta e abrir aquele belíssimo centro de saúde, com novas instalações”, bem como “reivindicar médicos de família e enfermeiros de família, que também são importantes, para todos”.
De acordo com a vereadora, na Apelação e Unhos, além de uma população envelhecida, existe “um conjunto de população com diversas carências, sobretudo, socioeconómicas”, que não tem a ver só com a questão de ter “alguns dos maiores bairros sociais”.
“Tem mesmo a ver com o estrato socioeconómico das pessoas, portanto, algumas com bastantes problemas de saúde, doentes crónicos inclusivamente, que não têm médico de família e não têm um acompanhamento regular que deviam ter para evitar situações mais complicadas, e que se possam ver obrigados a recorrer aos hospitais de referência”, salientou.
Hospitais de referência que, neste caso, deixou de ser o Hospital Beatriz Ângelo, com alteração das Unidades Locais de Saúde, e passou a ser o Hospital de São José, em Lisboa.
“Depois da atual gestão PS/PSD da câmara terem feito um brilharete com a colocação da 1.ª pedra da obra deixada pronta para avançar pela CDU, eis que temos o edifício concluído, mas a sua abertura, acabando com as condições indignas em que os utentes de Unhos e da Apelação são atendidos, é adiada de mês para mês”, criticou a coligação, na nota de convocatória da concentração.