O Centro Padre Alves Correia, que presta apoio a cidadãos imigrantes, afirma ter já participado às autoridades todas as informações de que dispõe relativas ao caso da criança nepalesa de 9 anos que foi agredida numa escola de Lisboa, referindo em comunicado que cabe agora às autoridades “fazer o seguimento da situação”. A mesma entidade apela ainda ao respeito pela privacidade da família.
Foi há cerca de dois meses que uma criança nepalesa foi “vítima de linchamento” por parte de cinco colegas que lhe provocaram “hematomas pelo corpo todo” e “feridas abertas”. A denúncia à comunicação social foi feita por Ana Mansoa, diretora executiva do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), e divulgada esta terça-feira pela Rádio Renascença. O episódio foi gravado por um sexto aluno e divulgado em grupos do WhatsApp. No vídeo, diz a diretora executiva da instituição que acompanha esta família, ouvem-se ainda palavras racistas e xenófobas.
Num comunicado enviado esta quarta-feira, o centro refere ainda: “Apelamos ao respeito pela privacidade da família e outras partes envolvidas, e em particular das vítimas do episódio sucedido. Consideramos ser da maior importância uma maior sensibilização da sociedade portuguesa e um debate responsável e construtivo na opinião pública sobre estes fenómenos de violência, discriminação, racismo, xenofobia, alertando para a sua existência”. E acrescenta ser “urgente, enquanto sociedade, trabalharmos juntos no combate a manifestações e comportamentos desta natureza, e na identificação de situações de risco”.
“O nosso foco estará, sempre, no acompanhamento a pessoas migrantes em situação de vulnerabilidade e exclusão social, e estaremos empenhados na prevenção e na desconstrução de narrativas que incitam à violência dirigida a pessoas imigrantes, entre outros grupos estigmatizados”, remata.