A CGTP referiu esta quarta-feira que a descida das taxas de juro, anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE), está longe de corrigir os anteriores aumentos e de garantir o direito à habitação.
“A garantia do direito à habitação continua a ser um problema para milhares de trabalhadores e suas famílias. A descida das taxas de juro […] está longe de corrigir os vários aumentos anteriores da mesma taxa e, consequentemente, das prestações de crédito à habitação”, apontou, em comunicado, a CGTP.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu reduzir as suas três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, naquele que foi o quarto corte deste ano.
As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 3,00%, 3,15% e 3,40%.
A decisão “baseia-se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, segundo o comunicado.
A central sindical destacou que as prestações aumentaram, entre junho de 2021 e o mesmo mês de 2024, mais de 70% e os salários 17%.
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Por outro lado, referiu que os custos de compra de casa são especialmente significativos em algumas zonas do país, como, por exemplo, na Grande Lisboa.
A intersindical acrescentou que o problema do acesso e do custo à habitação não se esgota na compra de casa, uma vez que também ocorre no arrendamento, cujo valor médio por metro quadrado cresceu 34% entre o 2.º trimestre de 2021 e o mesmo período de 2024.
“É urgente e necessária uma intervenção do Estado da política na habitação, regulando os preços quer de venda, quer do arrendamento, pondo fim à especulação imobiliária e à liberalização do aumento das rendas, e construindo um parque público de habitação, suficiente e que regule o mercado e dê resposta às necessidade e direitos da população, consagrados na Constituição da República”, concluiu.