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“Como é que senti que estava preparada para isto? Não senti”. Nos bastidores de “Crente”, o primeiro solo de Luana do Bem – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 25, 2024

“1, 2, 3 som, experiência”. Várias horas antes do show a equipa testa som, luzes, elementos que compõem a cenografia. As portas abrem às 21h e ainda há coisas para afinar. No dia anterior, a humorista esteve em Matosinhos — um trabalho para uma empresa, a discreta fonte de rendimento de muitos comediantes portugueses —, e por isso demorou-se no hotel a descansar. Na estrada, todo o repouso é pouco, todo o vigor é bem-vindo. Por isso, quando chega ao Auditório Mirita Casimiro, gaba a energia de umas pequenas barras de proteína de café que acabou de comprar.

Dentro da régie, dá pequenas indicações sobre a luz no palco. Acertam-se tempos, fade ins, fade outs. O fumo não entra, não resulta, concluem. O produtor, João Mourão, simula uma cena com música recorrendo ao telefone. “Imagina ser no telefone”, troça. Luana retorque, em jeito de graça: “Quando comecei não era no telefone, mas era numa [coluna] JBL”. Escuta-se Like a Prayer, de Madonna, a canção que a introduzirá à plateia nas pelo menos mais de duas dezenas de datas pelo país — de Braga a Vila Real de Santo António, quase todas já esgotadas.

Apesar do que pode aparentar, Crente, palavra que titula o espetáculo, pouco tem a ver com religião. Mesmo que, para Luana do Bem, a comédia tenha começado precisamente com um discurso de casamento, quando descobriu que tinha mais jeito para provocar gargalhadas do que para puxar a lágrima. Formada em Marketing, o stand-up surgiu depois de ter saído “por mútuo acordo” de uma agência de publicidade. Fez um curso e atirou-se a um open-mic no bar Xafarix, em Lisboa, numa noite promovida pelo humorista Salvador Martinha. Correu tão bem que a voltaram a convidar.

Desde então, muito tempo passou, mas Luana do Bem nunca parou de fazer stand-up. “Ando aí, testo, vou às noites de comédia em Lisboa, que é onde vivo.” Mais recentemente, acompanhou Diogo Batáguas no solo, Processo, fazendo a abertura dos espetáculos. “Fiz a tour com o Diogo. Ele deve ter feito 90 e tal datas e eu devo ter feito 79. Fiz praticamente todas. Depois parei um ano porque cansa. Aborreceu-me. Estava a fazer outras coisas. Queria estar em casa. Andei um ano aí de um lado para o outro.”

“Acho que a música tem de entrar um segundo antes”, diz à equipa. “Ou achas que não, João? Posso estar enganada.” O produtor anui.





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