Era uma da manhã da noite de 4 para 5 deste mês quando os Celtics anunciaram o seu cinco titular – e nele, um nome que até então nunca havia constado, o do Neemias Queta, que depois de se tornar o primeiro português a jogar na NBA e a ser campeão da mesma, se tornava no primeiro a começar um jogo.
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Os números finais de Queta, na vitória frente aos Hawks, eram bastante bons: dez pontos, sete ressaltos, um roubo de bola, um abafo, quatro em sete de lançamentos de campo, dois em dois de lançamentos livres e o maior +/- da equipa (37). A época começou a 22 de outubro, pelo que ainda é cedo para fazer prognósticos, mas Queta começa a defesa do seu título a jogar mais tempo do que na época passada: tem média de 13,9 minutos por jogo, acompanhados por 5,7 pontos de média por jogo e 4,6 ressaltos de média por jogo.
Isto traduz a evolução natural de um jogador que tinha à sua frente o muito veterano Al Horford e o veterano Kornet – a época passada Queta foi sendo lentamente introduzido à equipa, a confiança nele foi aumentando e no final da fase regular já se viam movimentos em que se notava que a equipa já o conhecia, sabia do que era capaz e ele já conhecia a equipa e sabia o que lhe podia dar.
No matter the result, Neemias Queta has been a consistent positive for us on both ends of the floor.
— Boston Celtics (@celtics) November 7, 2024
Com essa vitória os Celtics chegaram às sete vitórias para uma derrota, o que extraordinariamente não lhes vale o primeiro lugar da Conferência Este – esse pertence a Cleveland, que só conta vitórias nos seus oito jogos. Não é possível a Cleveland manter este ritmo e mais cedo ou mais tarde os Celtics – de longe os maiores candidatos ao título – irão chegar ao topo da tabela; muito provavelmente serão o número 1 da Conferência no final da fase regular.
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Se a superioridade dos Celtics já era esperada, há duas posições chocantes na classificação do Este – os Bucks estão em penúltimo, os Philadelfia 76rs em último. O recorde dos Bucks é de pasmar: seis derrotas em oito jogos, isto numa equipa que conta com Giannis Antetokounmpo, Damian Lillard, Brook Lopez e Khris Middleton. Várias explicações têm sido oferecidas para este mau início de época, incluindo as habituais, como a de o plantel ser desequilibrado. Mas uma das explicações tem vindo a ganhar terreno sobre as outras: Doc Rivers, o treinador, está ultrapassado. E, por este andar, será deixado para trás e substituído, numa altura em que já se diz que Giannis ou ganha este ano ou pede para sair.
Já os problemas dos 76rs têm, à partida, explicações mais prosaicas: Joel Embiid e o recém-adquirido Paul George começaram a época lesionados. As lesões de Embiid costumam fazer correr muita tinta – em Filadélfia não se tem levado a bem o facto de o poste ter atuado nos Jogos Olímpicos e depois não conseguir começar a época (por problemas relacionados com uma lesão anterior). Ainda assim, Embiid lesiona-se com regularidade e os 76rs não costumam perder tanto – algo parece estar mal no seio do grupo, facto que se tornou ainda mais notório no sábado: os 76rs perderam em casa com os Memphis Grizzlies (107-124) e, já no balneário, ao ver um jornalista que é crítico da gestão física que Embiid faz, este primeiro ameaçou-o, depois deu-lhe um encontrão.