A Comissão Nacional de Eleições moçambicana tem oito dias para enviar ao Conselho Constitucional atas e editais da votação em Maputo e em seis províncias, para validação dos resultados eleitorais de 9 de outubro, alvo de contestação pela oposição.
A exigência do Conselho Constitucional (CC), que tem competência de tribunal eleitoral em Moçambique, consta de um mandado e certidão com data desta quarta-feira, a que a agência Lusa teve acesso.
Além das atas e editais do apuramento parcial, realizado nas mesas de votação, e a mesma documentação feita pelas comissões distritais, da cidade de Maputo, o Conselho Constitucional quer receber os mesmos dados relativamente às províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Zambézia e Nampula.
A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal força da oposição, anunciou esta quarta-feira que prepara a divulgação dos resultados da contagem paralela das eleições gerais, em que se declara vencedora em duas províncias.
“Nos próximos dias o partido Renamo vai-se pronunciar e vai divulgar os resultados da sua contagem paralela em torno do que são os resultados destas eleições”, declarou o seu mandatário, Geraldo Carvalho, em conferência de imprensa em Maputo.
O responsável do partido disse que, após a divulgação dos resultados das eleições pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda carecem de validação do Conselho Constitucional (CC), a Renamo “manteve-se calma” enquanto trabalha nos dados da contagem paralela, lembrando que não é “a favor dos resultados veiculados” pelos órgãos oficiais.
“Adianto a dizer que consta que em duas províncias a Renamo leva vantagem no que diz respeito à eleição de governador de província e de assembleias provinciais“, declarou Geraldo Carvalho, referindo que o partido aguarda igualmente pelo pronunciamento do CC.
“Esperamos que o Conselho Constitucional desta vez faça o seu papel como deve ser, lembrando-se do que são as suas obrigações”, apontou o mandatário da Renamo.