Esta segunda-feira, Collins Jumaisi Khalusha confessou ter matado, em dois anos, 42 mulheres desmembrando os corpos com um machado. Depois, colocava-as em sacos de plástico e atirava-as para uma lixeira em Nairobi, capital do Quénia.
Esta segunda-feira, a polícia deteve Khalusha. Embora este se tenha declarado culpado, estando o lugar onde os corpos foram lançados tão perto de uma esquadra de polícia, as autoridades estão sob suspeita.
Os primeiros restos mortais foram descobertos pela polícia na passada sexta-feira: oito corpos desmembrados de mulheres, entre os 18 e os 30 anos e um outro cadáver, numa lixeira em Mukuru, num bairro de lata da capital queniana. Com marcas visíveis de tortura e de mutilação, estavam em diferentes estados de decomposição, dentro de vários sacos de plástico atados com cordas de nylon.
Polícia investiga descoberta de oito corpos de mulheres em lixeira no Quénia
Quando as autoridades quenianas encontraram os sacos, não sabiam com o que lidavam. Douglas Kanja, chefe interino da polícia nacional, questionou se seria uma seita ou vários assassinos em série, não excluíndo a possibilidade de um “caso de médicos desonestos envolvidos em atividades criminosas”. Para todos os efeitos, pediu à população para ajudar a polícia, de forma a que se fizesse justiça contra os responsáveis destes “atos hediondos”.
Durante a noite de domingo, enquanto o mundo assistia à final do Euro-2024, os detetives policiais quenianos procuravam a pessoa responsável por estes assassinatos macabros, explica o Nation. Não tardaram em localizar o principal suspeito: o homem de 33 anos foi encontrado segunda-feira de manhã, no bar onde tinha visto o jogo de futebol na noite anterior.
Collins Jumaisi Khalusha confessou à polícia ter matado “mais de três dezenas de mulheres”, avança o The Telegraph. A mulher foi a primeira vítima. Estrangulou-a. Desmembrou-a. E, por último, colocou o seu corpo na mesma lixeira, já em 2022. De há dois anos para cá, terá matado pelo menos mais 41 mulheres, sendo que o último assassinato foi há uma semana, explica o mesmo jornal britânico.
Depois de confessar os diferentes assassinatos, Khalusha levou a polícia até à sua casa, onde estavam dez telemóveis, vários computadores, cartões de identidade, roupa feminina e um machado, que terá sido usado para desmembrar os corpos das 42 vítimas, clarificou Mohamed Amin, responsável pelo gabinete de investigações criminais.
Haverá ainda um segundo suspeito, detido com “o telemóvel de uma das vítimas”, garantiu Amin, como avançou a Lusa.
“Estamos a lidar com um assassino em série. Um assassino em série psicopata, sem qualquer tipo de respeito pela vida humana”, garantiu Amin. No entanto, a lixeira de Mukuru, no sul de Nairobi, está a menos de 100 metros de uma esquadra de polícia, o que levantou outras suspeitas: a Autoridade Independente de Supervisão da Polícia (IPOA em inglês), responsável por monitorizar o funcionamento legal das autoridades, está a investigar se há agentes policiais envolvidos.
Mais de 270 detenções por suspeita de atos criminosos nos protestos no Quénia
A polícia foi acusada várias vezes de estar envolvida em detenções ilegais, bem como de uso excessivo de força e de matar pessoas injustificadamente, sobretudo desde que os protestos pacíficos contra uma lei que prevê 0 aumento dos impostos no Quénia se intensificaram.
Protestos no Quénia já causaram 39 mortos. Gás lacrimogéneo volta a ser utilizado para dispersar manifestantes
Texto editado por Dulce Neto