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Embaixada palestiniana em Lisboa homenageia Arafat 20 anos após morte do líder da OLP – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 12, 2024

A missão diplomática palestiniana em Lisboa assinalou esta segunda-feira o 20.º aniversário da morte do ex-líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) Yasser Arafat, ao plantar, em sua homenagem, uma oliveira nos jardins da embaixada.

Perante cerca de duas dezenas de convidados, a embaixadora palestiniana em Lisboa, Rawan Tarek Sulaiman, lembrou, em declarações à agência Lusa, o “homem de coragem” que conseguiu unir o povo palestiniano desde que assumiu a liderança da OLP, em 1969, até à sua morte, a 11 de novembro de 2004.

“Hoje assinala-se a 20.ª aniversário do martírio do nosso líder icónico, o falecido Presidente Yasser Arafat (Abu Amar). Todos os anos, neste dia, comemoramos este acontecimento. Abu Ammar [como também era conhecido] simboliza a nossa identidade, a nossa resiliência e a nossa firmeza. Por isso, todos os anos, comemoramos esta ocasião”, sublinhou Sulaiman.

“Também plantámos a oliveira em honra da sua memória e em honra da memória dos milhares de palestinianos que foram assassinados durante o genocídio em Gaza, mas também na Cisjordânia”, acrescentou.

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A diplomata palestiniana lembrou que, nesta altura do ano, na Cisjordânia, realiza-se a colheita da azeitona, quando a população, na maioria agricultores nas suas aldeias e também grupos de solidariedade, se reúnem para a apanha.

Mas todos os anos são alvo de ataques sem precedentes por parte dos colonos protegidos pelas forças de ocupação. A nossa mensagem é que eles arrancam as árvores, as oliveiras, e nós plantamo-las novamente como símbolo da nossa identidade, mas também da nossa ligação à nossa terra”, descreveu.

Questionada pela Lusa sobre o que, 20 anos depois da morte, representa Arafat para os palestinianos, que atualmente enfrentam uma guerra contra Israel, Sulaiman, insistindo que representa uma liderança que uniu o povo palestiniano na altura, considerou-o “um líder corajoso que queria verdadeiramente fazer a paz”.

“Agora continuamos o seu caminho com o Presidente [Mahmoud Abbas] Abu Mazen [nome por que também é localmente conhecido] e a liderança palestiniana, mas também com os palestinianos dentro da Palestina e na diáspora”, respondeu.

Momentos antes das declarações à Lusa, depois de plantada a oliveira e escutado o hino nacional da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Sulaiman lembrou Arafat como um homem que “encarnou a luta pela independência palestiniana e pela criação de um Estado”.

A sua liderança garantiu o reconhecimento internacional do povo palestiniano e colocou a Palestina no mapa mundial. Ao longo da vida, Arafat ilustrou a experiência palestiniana por excelência e tornou-se um símbolo da identidade palestiniana, das aspirações do povo palestiniano à nacionalidade e à condição de Estado.

“Hoje, renovamos o compromisso de continuar a luta até concretizarmos as suas aspirações de liberdade, soberania e independência, até concretizarmos o sonho de estabelecer um Estado palestiniano independente com Jerusalém Oriental como capital. Esperamos que um dia possamos honrar o seu pedido de enterrá-lo em Jerusalém.

Yasser Arafat, nascido em Jerusalém a 04 de agosto de 1929, foi uma figura central do movimento de libertação palestiniano durante mais de meio século. Educado no Cairo, desempenhou, desde muito jovem, um papel ativo no movimento nacionalista palestiniano.

Na década de 1950, Arafat cofundou a Fatah, a maior fação da OLP, e tornou-se o seu porta-voz em 1968. Como líder da OLP a partir de 1969, a sua capacidade de resistência e desafio face às pressões militares e diplomáticas israelitas granjearam-lhe uma admiração generalizada.

Arafat tornou-se um símbolo da resistência palestiniana, em especial quando, em 1974, se tornou o primeiro dirigente palestiniano a discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, com a célebre declaração: “Trago um ramo de oliveira e a arma de um combatente da liberdade. Não deixem que o ramo de oliveira caia da minha mão”.

Ao lado de Shimon Peres (Presidente de Israel de 2007 a 2014 e primeiro-ministro duas vezes, de 1984 a 1986 e de 1995 a 1996) e do também chefe do executivo israelita entre 1974 e 1977 e de 1992 até ao seu assassínio, em 1995), o líder palestiniano foi galardoado com o prémio Nobel da Paz em dezembro de 1984.





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