A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) lançou os concursos públicos internacionais para a construção dos blocos de rega de Reguengos de Monsaraz e de Moura, num investimento global superior a 41 milhões de euros.
O investimento mais avultado, com um preço-base de 32,85 milhões de euros, respeita ao Bloco de Rega de Reguengos, nos concelhos de Reguengos de Monsaraz e Évora, neste distrito alentejano, de acordo com o anúncio do concurso publicado em Diário da República (DR), na quarta-feira passada.
O procedimento, consultado esta terça-feira pela agência Lusa, tem candidaturas abertas até 19 de dezembro deste ano e prevê 18 meses de prazo de execução das obras, sendo que este bloco vai permitir regar uma área de 4.786 hectares.
Em comunicado divulgado esta terça-feira, a presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, Marta Prates (PSD), congratulou-se com o lançamento do concurso público.
“O setor agrícola é fundamental para a economia do concelho, devendo ser sempre defendido e valorizado, pelo que o anúncio do concurso público para a construção do bloco de rega demonstra que a luta que travámos durante três anos para que a obra avançasse atingiu o seu objetivo”, afirmou a autarca, citada no comunicado.
Já o concurso público internacional para o Bloco de Rega de Moura, no distrito de Beja, igualmente consultado esta terça-feira pela Lusa, foi publicado em Diário da República na última quinta-feira.
Este bloco de rega, com um preço-base de 8,2 milhões de euros, vai ter como origem de água a Barragem de Caliços e permitirá o regadio em 1.184 hectares de área agrícola.
As empresas interessadas podem candidatar-se a esta empreitada até ao dia 06 de janeiro de 2025, tendo as obras um prazo de execução de 14 meses, pode ler-se no anúncio de procedimento.
Numa deslocação a Reguengos de Monsaraz, em 27 de agosto, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, anunciou que o concurso para a construção do Bloco de Rega de Reguengos iria ser lançado “em outubro”, o que se verificou.
Na altura, o governante lembrou que esta empreitada é “uma promessa [com] dezenas e dezenas de anos” e que, “finalmente”, iria ser concretizada.
O ministro reconheceu, nessa ocasião, tratar-se de “um financiamento pesado”, mas sublinhou que o projeto “é essencial para este território, para a competitividade do território, para a coesão territorial, para a agricultura e para aquilo que este povo já espera há tanto tempo e merecia”.
Sendo um projeto reclamado há anos pelos agricultores daquele concelho alentejano, que é ‘banhado’ pela albufeira do Alqueva, o ministro da Agricultura argumentou que, “no fundo, é também uma injustiça que fica reparada”.
Precisamente um mês depois, em 27 de setembro, numa deslocação a Moura, José Manuel Fernandes prometeu lançar o concurso para a construção do Bloco de Rega de Moura, assumindo o objetivo de que esteja pronto a funcionar na “campanha de 2026”.
Questionado pelos jornalistas, nessa ocasião, o presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB), José Duarte, argumentou que os olivicultores locais estão “como São Tomé”, em relação ao avanço da empreitada.
“É preciso ver para crer, porque, desde 2018, já é o terceiro anúncio por três ministros da Agricultura diferentes”, ironizou, admitindo, ainda assim, que talvez fosse possível o projeto ‘sair do papel’, desta vez.