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Este Natal Pedro Nuno pediu um “defund the Police” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 25, 2024

Chegou o Natal! É tempo de amar, é tempo de perdoar, é tempo de avistar inúmeros objectos voadores misteriosos ao longo da costa portuguesa. De Sagres a Cascais, dezenas de bolas de luz movimentam-se nos céus, visíveis a olho nu, com comportamentos que não foram até agora explicados. Se estivéssemos a falar de bolas que se movimentam na Luz e nos levam aos céus com comportamentos explicados pela perspectiva de mais um título, seria óbvio que nos referíamos à vitória do Benfica que garantiu o Natal na liderança do campeonato. Não sendo esse o caso, é de facto um mistério.

Aliás, mistério deste calibre só mesmo, na semana passada, o da rusga no bairro do Martim Moniz, em Lisboa. O quê? Uma rusga no Martim Moniz?! Mas como é tal possível?, indignou-se, em peso (que esta malta abomina o fat shaming), a esquerda e a direita com disfunções de lateralidade. “Nunca tal coisa se viu!”, garantiram as Anas Gomes habituais, sem ofensa para as Anas Gomes que não são, de facto, a Ana Gomes. Realmente, nunca tal se viu, a não ser dezenas de vezes nas últimas duas décadas. A coisa é tão comum, mas tão escandalosamente comum, que provocou um fenómeno ainda mais raro do que as misteriosas bolas de luz nos céus: a SIC a desmontar uma narrativa esquerdista.

É verdade. O canal que já foi de Carnaxide, depois passou a ser de Paço de Arcos e que agora, à luz desta bizarria, questiono-me se não se terá mudado para o Entroncamento, expôs de forma clara o comportamento obscuro do Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. O socialista Miguel Coelho, que andava até há quinze dias a implorar uma intervenção da polícia no calamitoso Martim Moniz, descobriu agora que, afinal, calamitosas são as intervenções policiais que visam pôr cobro à calamidade por ele previamente denunciada. Apesar de tudo, e felizmente para Miguel Coelho, só a SIC andou a vasculhar, que se calha a polícia ter feito também uma rusga ao seu carácter, na esperança de apanhar vestígios de dignidade, tinham vindo de mãos a abanar.

Pela minha parte, acho que a rusga ao Martim Moniz não foi, de todo, em vão. Para já, houve o espectáculo de luz e cor. Em época natalícia, quem fica indiferente às sirenes azuis e vermelhas da polícia a fazerem pendant com as iluminações das ruas, típicas da quadra? E depois há uma questão mais profunda. Numa cidade já conhecida pelas revistas do Parque Mayer, é sinal de pujança cultural este protagonismo que já merecem as revistas do Martim Moniz.

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E o protagonista maior desta revista em Santa Maria Maior foi Pedro Nuno Santos. O líder socialista garantiu que este é o “governo mais extremista” das últimas décadas da democracia portuguesa. Só não estou certo que assim seja porque me parece que esta declaração torna impossível garantir que Pedro Nuno Santos conheça o sentido das palavras “governo”, “mais” e/ou “extremista”.

Certo é que, dada a ordem pelo chefe, 21 “personalidades” acusaram o governo de seguir uma receita já testada noutros países, “com resultados desastrosos de mais desigualdade, mais exclusão social, mais violência.” Sem dúvida. Esta receita de tentar fazer cumprir a lei só traz amargos de boca. E principalmente mais violência. Suponho que estas “personalidades” defendam, antes, o modelo alemão de borrifar em todos os avisos e permitir a permanência no país de indivíduos que acabam por passar a ferro multidões em mercados de Natal. De uma coisa não há dúvida: o modelo germânico evita a carnificina de algumas dezenas de indivíduos, de mãos na parede, durante um bocado.

Para acabar numa nota mais natalícia, salientemos o seguinte. O Martim Moniz mantém a sua relevância histórica, continuando a ser, hoje como há bons séculos, sinónimo de portas da cidade sempre abertas para todos os que queiram entrar.





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