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Explicado: o que é a diplomacia Panda da China, como funciona

Explicado: o que é a diplomacia Panda da China, como funciona

A China usou a diplomacia do panda para impulsionar a sua imagem internacional.

Pequim:

Durante uma visita à Austrália esta semana, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, fez um clássico gesto de boa vontade que era um bom presságio para as relações entre os dois países: ofereceu-se para enviar pandas.

A oferta surge num momento em que os laços entre a Austrália e o seu maior parceiro comercial melhoram, após uma disputa diplomática que levou a China a impor uma série de restrições às exportações agrícolas e minerais australianas em 2020.

Nativos da China, os pandas tornaram-se, ao longo dos anos, “enviados da amizade”, conquistando o alcance da China aos países para os quais presenteou os animais em nome da diplomacia dos pandas.

Eles também foram usados ​​para mostrar a raiva chinesa.

Então, o que é a diplomacia do panda e como funciona?

QUANDO COMEÇOU A DIPLOMACIA PANDA?

Desde a sua fundação em 1949, a República Popular da China tem usado a diplomacia do panda para impulsionar a sua imagem internacional, presenteando ou emprestando pandas a zoológicos estrangeiros como embaixadores de boa vontade dos animais.

O ex-líder chinês Mao Zedong em 1957 presenteou a antiga União Soviética com um panda, Ping Ping, para comemorar o 40º aniversário da Revolução de Outubro que deu início ao regime soviético.

Para cimentar ainda mais os laços com os seus aliados socialistas, a China enviou outro panda para a União Soviética em 1959 e mais cinco para a Coreia do Norte entre 1965 e 1980.

Em 1972, Pequim presenteou os Estados Unidos com dois pandas, Ling Ling e Hsing Hsing, após a visita histórica do então presidente Richard Nixon, num sinal de normalização das relações China-EUA e marcando um momento crucial para a política externa da China.

Desde então, outros países, incluindo Japão, França, Grã-Bretanha e Espanha, também receberam pandas.

QUAL É A POLÍTICA DE DIPLOMACIA DA PANDA?

Desde 1984, a China parou de presentear pandas devido ao seu número cada vez menor e começou a emprestá-los a zoológicos no exterior, muitas vezes em pares por 10 anos, com uma taxa anual de até cerca de US$ 1 milhão.

Embora manter pandas possa ser caro para os zoológicos, eles são vistos como atrativos para os visitantes e ajudam a gerar renda.

Os pandas normalmente voltam para casa, no sudoeste da China, após o término do contrato de empréstimo. Os filhotes de panda nascidos no exterior não são exceção e seriam mandados para casa entre os dois e os quatro anos de idade para participar de um programa de criação chinês.

COMO FUNCIONA?

A China tem um histórico de usar pandas para recompensar os seus parceiros comerciais. Um estudo de 2013 da Universidade de Oxford disse que o momento do arrendamento de pandas pela China ao Canadá, França e Austrália “coincidiu com” negócios e contratos de urânio com esses países.

Os acordos panda com outros países, incluindo Singapura, Malásia e Tailândia, também coincidiram com a assinatura de acordos de comércio livre.

Às vezes, os pandas também são usados ​​para expressar o descontentamento da China com uma nação.

Em 2010, a China chamou de volta dois pandas nascidos nos EUA, Tai Shan e Mei Lan, depois que Pequim alertou Washington contra uma reunião agendada entre o então presidente Barack Obama e o Dalai Lama, que Pequim considera um separatista perigoso.

Numa recente crise nas relações bilaterais, Ya Ya, emprestado aos EUA por 20 anos, foi devolvido em abril de 2023.

As preocupações com a sua saúde também alimentaram o sentimento nacionalista nas redes sociais da China, com defensores dos animais acusando o Zoológico de Memphis, no Tennessee, de fornecer cuidados inadequados ao animal.

Em Novembro do ano passado, outros três pandas partiram, deixando apenas quatro pandas gigantes em solo americano.

Naquele mês, o presidente chinês Xi Jinping deu a entender que estava aberto a enviar mais pandas para os EUA depois de se reunir com o presidente Joe Biden na Califórnia, um gesto visto como a vontade chinesa de melhorar os laços.

OS PANDAS AINDA ESTÃO EM PERIGO?

Os programas de conservação nacionais da China viram a situação dos pandas melhorar, de ameaçados para vulneráveis.

A população de pandas gigantes na natureza cresceu de cerca de 1.100 na década de 1980 para 1.900 em 2023.

Existem atualmente 728 pandas em zoológicos e centros de reprodução em todo o mundo.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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