O Irão atacou Israel a 13 de abril, em retaliação contra os ataques à embaixada iraniana localizada em Damasco, o que motivou várias publicações nas redes sociais. Mas ainda antes desse ataque iraniana contra território israelita, uma publicação no Facebook — feita a 4 de abril — mostra um vídeo que alegadamente prova que Teerão atacou, nesse mesmo dia, uma das principais cidades israelitas — Telavive — com mísseis.
É descrito um rasto de destruição. A publicação garante que a população assistiu a “fogos do inferno” em Telavive, uma cidade de cerca de 435 mil habitantes, e que vários “edifícios ficaram destruídos”, na sequência destes alegados ataques iranianos.
Ora, o retrato descrito na publicação não corresponde à verdade. E não era verdade a 4 de abril como o cenário também não se verificou cerca de uma semana e meia mais tarde, quando efetivamente Teerão lançou uma vaga de mísseis e drones contra Israel. Nessa data, em resposta à ofensiva iraniana, os sistemas de defesa aéreos israelitas, conjuntamente com esforços defensivos dos Estados Unidos, do Reino Unido e de França, conseguiram intercetar 99% dos mísseis e drones lançados pelo Irão.
Em Telavive, não caiu, aliás, qualquer míssil ou drone. No restante território israelita, há registo de uma menina de sete anos ferida, na cidade de Bedouin, no sul de Israel, depois de os destroços de um míssil terem atingido a casa onde a criança vivia.
Além disso, o vídeo presente na publicação, que mostra efetivamente um rasto de destruição, não foi gravado em Israel. Foi gravado durante um ataque ucraniano a 23 de março de 2024 contra a península da Crimeia, ocupada por tropas russas desde fevereiro de 2014, mais concretamente em Sebastopol, como revela na sua conta do Youtube o jornal britânico Telegraph, assim como o jornal ucraniano Ukrainska Pravda.
Conclusão
Não é verdade que um ataque iraniano contra Israel tenha levado a “fogos do inferno” em Telavive. O vídeo em questão, que é a suposta prova da alegação, foi gravado durante um ataque da Ucrânia contra a cidade de Sebastopol, na Crimeia, atualmente ocupada por tropas russas. Adicionalmente, a publicação foi realizada antes de Teerão ter de facto atacado Israel, a 13 de abril.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.