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França. Esquerda portuguesa celebra “vitória” e “esperança”, Ventura fala em “tragédia” e “desastre” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jul 7, 2024

(em atualização)

Há uma semana, depois de serem conhecidos os resultados da primeira volta das legislativas, André Ventura felicitou os franceses por darem “o exemplo da mudança que tem de ser feita”. O líder do Chega via nessa vitória da União Nacional, de Marine Le Pen, um sinal de que a Europa estava “a acordar”: “Em breve, será Portugal!”, garantiu.

Este domingo, porém, perante os números que atiram a extrema-direita francesa para o terceiro lugar e dão a vitória à aliança de partidos de esquerda, Ventura fala numa “verdadeira derrocada para a Europa”:  “Desastre para a economia, tragédia na imigração e mau no combate à corrupção”, antecipa.

Depois da publicação do presidente do partido, o Chega repetiu os argumentos que Marine Le Pen e Jordan Bardella usaram nos discursos de derrota. Em comunicado, o partido destacou o facto de a União Nacional ter duplicado o número de deputados, garantindo que o resultado “é apenas um adiar daquela que será uma vitória histórica para a Europa”. E apontou para as “alianças contranatura” de que a União Nacional e França foram “vítimas” para explicar o 3.º lugar nas legislativas, antecipando que “vão levar a Europa para um abismo, quer no campo da imigração, como na economia”.

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Uma posição, sem surpresas, totalmente oposta à dos partidos portugueses de esquerda, que, ainda na noite de domingo, reagiram às projeções. Também na rede social X, Pedro Nuno Santos felicitou “a esquerda francesa e a sua unidade por este extraordinário resultado”, sublinhando que “a extrema-direita foi claramente derrotada”.

Nesse tweet, o secretário geral do PS optou por citar o seu homólogo do PS francês, um dos partidos que compõem a coligação de esquerda que ficou em primeiro lugar. Mariana Mortágua, na mesma plataforma, optou por destacar o papel da França Insubmissa, como líder da aliança que abriu caminho “a um projeto radicalmente social e ecologista”: “A esperança ganha força na Europa.”

Em comunicado, o Livre assinalou que “os eleitores franceses mobilizaram-se e afluíram em massa às urnas para evitar o primeiro governo de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial”, mas referiu que este é, “de longe, o melhor resultado de sempre da extrema-direita em eleições legislativas em França”.

O partido liderado por Rui Tavares destacou que este é “o momento de agir e de pôr em prática as medidas sociais, ecologistas, progressistas que respondam aos anseios de todas e todos os que vivem em França”, considerando ser necessário “criar uma República social e ecologista que seja clara e indubitavelmente feminista, antirracista, ecologista e progressista”.

No PAN, Inês Sousa Real apontou para a elevada participação eleitoral. “Foi um dia bom para a democracia”, escreveu, sublinhando “a vitória do progresso social e ambiental”.

Pouco depois das projeções e quando ainda faltavam resultados oficiais, Marcelo Rebelo de Sousa disse que estava a observar “atentamente” os acontecimentos França, considerando que “o que o povo decide está bem decidido”.

Perante a indicação da parte dos jornalistas de que o presidente francês, Emmanuel Macron, preferia comentar as eleições só na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa frisou: “Se o Presidente francês não sabe o que dizer, imagina o Presidente português sobre o que se passa num país amigo”.

“Portanto, eu observo atentamente o que se passa e que é muito importante para a Europa. Vamos esperar os resultados finais e, depois, amanhã ou depois de amanhã, eu falarei”, limitou-se a acrescentar.





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