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Fronteira entre Líbano e Síria cheia com milhares de refugiados sírios que começam a regressar após queda de Bashar al-Assad – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 8, 2024

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Milhares de refugiados sírios começaram já este domingo a regressar ao seu país-natal depois da queda do regime ditatorial de Bashar al-Assad, especialmente a partir do Líbano, onde vivem cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios.

No posto fronteiriço de Masnaa — uma das principais passagens entre o Líbano e a Síria — havia este domingo não só longas filas de carros, como também centenas de refugiados a cruzar a fronteira a pé, carregados de sacos e mochilas, como é possível ver nas fotografias acima. O posto fronteiriço estava, aliás, fortemente policiado pelas forças armadas libanesas.

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De acordo com o The New York Times, a notícia da queda do regime de Bashar al-Assad foi efusivamente celebrada nas ruas de Beirute, com milhares de refugiados sírios a saírem à rua empunhando a bandeira da oposição síria (verde, branca e preta) e cantando gritos de alegria e palavras de ordem contra Assad.

Só no Líbano estima-se que vivam cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios. A maioria chegou ao Líbano para fugir da guerra civil que eclodiu em 2011 — e a grande afluência de sírios fez mesmo aumentar a tensão política no país.

A maioria dos refugiados aguardavam ansiosamente pelo dia em que poderiam regressar ao país-natal, embora muitos já se tivessem conformado com a ideia de nunca mais voltar à Síria.

“Não tenho palavras para o que sinto agora. Alegria, alegria, só alegria”, contou ao The New York Times Khitam Chiha, de 23 anos, que chegou ao Líbano com os pais quando tinha apenas 11 anos de idade. “Os meus pais diziam-me que [a Síria] é linda, é como o paraíso. Quero ver tudo em Damasco, tudo.”

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Chiha e a família dizem estar apenas à espera que o trânsito acalme no posto fronteiriço para também eles se fazerem à estrada.

Já na fronteira, Salam Maqhribi, de 35 anos, disse ao mesmo jornal estar desejosa de regressar ao país onde nasceu e de mostrar a Síria, pela primeira vez, ao seu filho de sete anos. “Vamos ficar, nem que seja numa tenda, mas o mais importante é que vamos regressar à nossa terra”, disse a mulher, que nasceu em Damasco e que assumiu que já se tinha conformado com a ideia de nunca mais regressar.

Este domingo, grupos rebeldes da oposição síria tomaram o poder em Damasco ao fim de uma guerra civil de mais de uma década. O regime de Bashar al-Assad caiu e o presidente deposto fugiu para a Rússia, onde recebeu asilo.

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