Em atualização
“O furacão veio e partiu, e deixou para trás um rasto imenso de destruição.” As palavras são do primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas no dia em que o Beryl, um poderoso furacão de categoria 5, se começou a afastar da região. Na sua passagem por várias ilhas da região já provocou seis mortos, segundo noticiou a imprensa internacional. Segue agora caminho para a Jamaica, onde esta terça-feira parte da população se abastecia de mantimentos para a lidar com a já esperada onda de devastação.
“É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter”, resumia um residente da capital jamaicana ao New York Times, perante as ruas agitadas e supermercados lotados que estão a anteceder a chegada do furacão. Segundo o centro de furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla inglesa), deverá atingir a região já na quarta-feira.
O Beryl, que começou como uma tempestade tropical, transformou-se no primeiro furacão da temporada do Atlântico de 2024. Nenhuma outra tempestade atlântica alguma vez tinha crescido para a categoria 5 tão cedo na época, destacou em declarações ao New York Times o meterologista Philip Klotzbach. É que o Beryl saltou de uma tempestade de categoria 1 para uma tempestade de categoria 4 em menos de 10 horas, segundo disse Andra Garner, meteorologista da Universidade Rowan, à Reuters. Isso marca a intensificação mais rápida alguma vez registada antes de setembro, o pico da temporada de furacões no Atlântico, explicou.
Strong gusts of wind from Hurricane Beryl are beginning to be felt at Playa Caleta in La Romana, as the storm approaches the east of the Dominican Republic ????????pic.twitter.com/geQophPTPC
— Volcaholic ???? (@volcaholic1) July 2, 2024
Union Island, Saint Vincent and the Grenadines after hurricane Beryl hit 🙁pic.twitter.com/3PejE6a4pD
— Volcaholic ???? (@volcaholic1) July 2, 2024
O furacão atingiu pela primeira vez a categoria 5, em que os ventos podem atingir velocidades de 253km/h, no final da tarde de segunda-feira. Esta terça-feira chegou a enfraquecer e baixar de categoria, mas já retornou ao nível 5.
O fenómeno está a ser monitorizado por vários organismos, incluindo a NASA, que partilhou imagens do furacão captadas a partir da Estação Espacial Internacional na manhã de segunda-feira. Já a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos da América (NOAA) divulgou esta terça-feira um timelapse que dá conta da rápida evolução Beryl ao longo dos últimos quatro dias.
The @Space_Station captured this footage of Hurricane Beryl in the Atlantic Ocean on the morning of Monday, July 1.
What’s the station seeing now? Watch our 24/7 live feed: pic.twitter.com/BC35UqK2EU
— NASA (@NASA) July 1, 2024
For #TimelapseTuesday, this #GeoColor imagery from @NOAA‘s #GOESEast satellite shows the first 4-days of #Beryl, when the storm grew from a tropical cyclone in the western Atlantic Ocean to a category 5 hurricane in the Caribbean Sea.
More on #HurricaneBeryl:… pic.twitter.com/sWSLLUUKNe
— NOAA Satellites (@NOAASatellites) July 2, 2024
Na sua passagem por São Vicente e Granadinas esta terça-feira, o furacão destruiu uma série de infraestruturas, incluindo habitações, escolas e hospitais. Numa das ilhas do arquipélago, 90% das casas ficaram “severamente danificadas ou destruídas”, revelou o primeiro-ministro Ralph Gonsalves, citado pela agência Reuters.
Granada também foi duramente atingida. O primeiro-ministro, Dickon Mitchell, revelou que Carriacou e Petite Martinique, duas das ilhas que compõem o país, foram as mais afetadas. “A situação é sombria. Não há eletricidade. A maior parte das casas e edifícios foram destruídos”, disse estar terça-feira numa conferência de imprensa.
Numa atualização na rede social X (antigo Twitter), o NHC alertou para a eminente chegada do Beryl à Jamaica. Apontou também que o próximo alvo serão as Ilhas Caimão, que deverão ser afetadas a partir de quarta-feira à noite.
Here are the 5pm EDT Tuesday Key Messages for Hurricane #Beryl over the central Caribbean. Hurricane Warnings are in effect for #Jamaica and the #CaymanIslands. Preparations to protect life and property should be rushed to completion. pic.twitter.com/sYUCNm5SUt
— National Hurricane Center (@NHC_Atlantic) July 2, 2024
Em antecipação, na Jamaica o primeiro-ministro Andrew Holness ordenou o fecho de todos os serviços governamentais na quarta-feira, expeto os serviços essenciais. Também os principais aeroportos do país deverão fechar ainda esta noite, segundo anunciaram os operadores responsáveis.
Numa conferência de imprensa esta semana, Holness também apelou à retirada dos cidadãos das áreas mais baixas, especialmente ao longo da costa sul, por onde Beryl deverá passar. “Compreendo perfeitamente que as pessoas não querem deixar as suas propriedades, mas o mais importante são as suas vidas”, sublinhou.
A chegada anormalmente precoce e a rápida intensificação da tempestade para furacão deve-se, em parte, às temperaturas mais altas dos oceanos, têm indicado vários cientistas à imprensa, acrescentando que as alterações climáticas são parte do problema.