Washington:
O Google confirmou na terça-feira que hackers apoiados pelo Irã estão atacando as campanhas dos rivais presidenciais dos EUA, Kamala Harris e Donald Trump.
Um grupo de hackers conhecido como “APT42”, ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, perseguiu indivíduos e organizações de alto perfil em Israel e nos Estados Unidos, incluindo autoridades governamentais e campanhas políticas, de acordo com um relatório de ameaças divulgado pelo Google.
A campanha da candidata presidencial democrata Kamala Harris disse na terça-feira que foi alvo de hackers estrangeiros, dias após a campanha do rival Donald Trump sugerir que havia sido hackeada pelo Irã.
“Em julho, as equipes jurídicas e de segurança da campanha foram notificadas pelo FBI de que éramos alvos de uma operação de influência de um ator estrangeiro”, disse um funcionário da campanha de Harris à AFP.
“Temos medidas robustas de segurança cibernética em vigor e não temos conhecimento de nenhuma violação de segurança em nossos sistemas resultante desses esforços.”
O grupo de análise de ameaças do Google continua a ver tentativas malsucedidas do APT42 de comprometer contas pessoais de indivíduos afiliados ao presidente Joe Biden, à vice-presidente Harris e a Trump, disse o relatório.
– Phishing –
O grupo de hackers trabalha coletando informações sobre alvos e adaptando esforços de “phishing” para enganar as vítimas e fazê-las revelar informações de login de contas como o Gmail.
Os exemplos dados no relatório incluem se passar por um grupo de reflexão ou outro contato confiável para atrair vítimas para páginas de destino de videoconferências falsas, onde credenciais de login são necessárias para participar.
Embora ferramentas técnicas sejam abundantes nos arsenais dos hackers, alguns optam por táticas de “engenharia social” que induzem as pessoas a clicar em links com armadilhas ou a fazer login em réplicas realistas de páginas da web legítimas.
O Google disse que interrompeu as tentativas do APT42 de hackear as campanhas de Biden e Trump em 2020.
Em maio e junho deste ano, os alvos do grupo de hackers iranianos incluíam contas de e-mail pessoais de cerca de uma dúzia de pessoas afiliadas a Biden ou Trump, e o Google bloqueou inúmeras tentativas do APT42 de fazer login em suas contas, de acordo com o relatório.
O Google também informou que o grupo entrou na conta pessoal do Gmail de um influente consultor político.
“O APT42 é um agente de ameaças sofisticado e persistente e não mostra sinais de que irá interromper suas tentativas de atingir usuários e implementar novas táticas”, disse o Google.
“Nesta primavera e verão, eles demonstraram a capacidade de executar inúmeras campanhas de phishing simultâneas, particularmente focadas em Israel e nos Estados Unidos.”
O Google pediu que indivíduos de alto risco associados às próximas eleições permaneçam vigilantes e aproveitem as defesas reforçadas oferecidas pela empresa de internet.
O Departamento de Estado dos EUA alertou o Irã na segunda-feira sobre as consequências da interferência eleitoral após o anúncio da campanha de Trump de que havia sido hackeada.
A campanha de Trump sugeriu que o Irã estava por trás da violação, o que resultou no envio de documentos privados a repórteres, incluindo pesquisas que a campanha usou para avaliar seu companheiro de chapa, JD Vance.
O órgão alertou os meios de comunicação contra a reimpressão dos documentos, dizendo que tal ação seria “cumprir as ordens dos inimigos da América”.
O tom foi diferente de 2016, quando Trump disse em uma entrevista coletiva que esperava que a Rússia “encontrasse” os e-mails de Hillary Clinton, comentários amplamente vistos como incentivo a mais ataques cibernéticos contra sua oponente eleitoral.
A inteligência dos EUA concluiu que a Rússia interveio na eleição de 2016 para apoiar Trump, que rejeitou as descobertas.
(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)