O Governo inscreveu no plano orçamental entregue a Bruxelas taxas de crescimento da economia mais baixas do que as que previa no programa eleitoral da AD. Mas Luís Montenegro, no debate sobre a proposta de Orçamento do Estado, reitera a intenção de atingir níveis de crescimento de 3% e de “fazer perdurar acima de 3% de forma sólida e duradoura”.
No plano orçamental entregue a Bruxelas, o Ministério das Finanças prevê uma aceleração do crescimento para 2,1% em 2025 e de 2,2% em 2026 — num cenário de políticas invariantes, sublinha — abrandando para 1,7% em 2027 e 1,8% em 2028. São, portanto, valores que estão abaixo dos que previa no programa eleitoral da AD: 2,5% em 2025, 2,7% em 2026, 3% em 2027 e 3,4% em 2028. O Governo tem realçado que são metodologias diferentes.
Agora, em resposta ao deputado do PSD, Hugo Soares, Luís Montenegro disse que os 3% continuam a ser um objetivo da legislatura e que o Governo preferiu ser prudente. “O Governo mantém intacta a sua intenção de atingir os 3% de taxa de crescimento económico e de fazer perdurar acima de 3% de forma sólida e duradoura o crescimento da nossa economia. Esse é um objetivo da legislatura, não era do primeiro ano. É verdade que estamos a ser prudentes face à situação real que hoje temos pela frente, de incerteza a nível externo” pela instabilidade geopolítica e as consequências económicas, incluindo em “motores” europeus, como a Alemanha, afirmou.
Especificamente sobre 2025, defende que a inscrição de 2,1% também reflete a realidade económica externa, mas também o facto de o Governo não ter ido” tão longe” quanto queria em política económica e fiscal. E sublinha que o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e outras entidades estão mais próximas “do que está no nosso programa eleitoral do que o Governo” (o CFP prevê um crescimento de 2,4% no próximo ano).
“Mas nós somos prudentes”, acrescenta.
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