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Greve à recolha do Lixo em Lisboa com adesão abaixo dos 50% – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 28, 2024

A adesão à greve à recolha do lixo em Lisboa está este sábado abaixo dos 50%, mas os impactos tendem a agravar-se até depois da passagem do ano, sobretudo nas áreas de restauração, admitiu o diretor de higiene urbana do município.

A greve ao trabalho extraordinário “tem tido uma participação com algum significado”, disse à agência Lusa o diretor de higiene urbana do município de Lisboa, Pedro Moutinho, estimando que a paralisação registe este sábado uma adesão “abaixo dos 50%”.

Apesar de a greve ser sábado apenas ao trabalho suplementar e de, com o recurso aos serviços mínimos, a autarquia estar “a conseguir retirar o lixo e a limpar algumas zonas da cidade”, Pedro Moutinho considerou que “até ao dia 3 de janeiro a situação tem sempre tendência para se agravar e não para melhorar”, ainda que “pontualmente” possa ter menos impactos em algumas freguesias e algumas ruas.

“Todo o lixo que é depositado no dia seguinte supera sempre o que já existia e isso irá manter-se até ao dia 03, porque o serviço não é uniforme”, ainda que os recursos afetados sejam superiores aos estipulados para os serviços mínimos e a autarquia tenha a trabalhar nas ruas “cerca de uma centena de trabalhadores”.

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Os pontos mais críticos em termos de acumulação de resíduos “vão variando, com zonas diferentes tendo em conta as dinâmicas da cidade”, destacando Pedro Moutinho, desde sexta-feira “as zonas da restauração, com mais alguma presença de resíduos orgânicos de origem nos restaurantes e no comércio”, ainda que “as zonas periféricas e as dos eixos principais sejam sempre aquelas que ficam mais expostas”.

Ressalvando que a situação na capital só não está pior devido “ao trabalho de mérito das equipas da higiene urbana e das juntas de freguesia, que estão a conseguir manter em algumas zonas relativamente com menos pressão visível”, o diretor de higiene urbana do município reiterou este sábado o apelo aos habitantes de Lisboa para que “não depositem o lixo seletivo, ou seja, o vidro, o papel e o cartão”.

O pedido é extensivo à restauração e ao comércio “para que não coloquem as embalagens na via pública, porque efetivamente os serviços têm uma grande limitação para poder recolhê-lo”, dado estarem a funcionar com um número de pessoas “muito abaixo do que seria necessário”.

Contactado pela Lusa o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) disse desconhecer os dados da adesão à greve este sábado, mas Nuno Almeida defendeu que a adesão registada nos primeiros dias de paralisação “desmentiu a ideia passada pelo presidente da Câmara, Carlos Moedas, de que o acordo com os trabalhadores estava a ser cumprido e de que não havia razões para fazerem greve”.

A greve foi convocada pelo STAL e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara aos problemas que afetam o setor, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido, nomeadamente 13 dos 15 principais pontos.

Nuno Almeida afirmou ainda que, face aos impactos da paralisação, a CML “deveria manter as medidas de mitigação que foram tomadas”, como “reforço de contentores e de meios humanos, mesmo que constatados, pelo menos até que o setor seja dotado dos meios necessários para responder às necessidades da população”.

Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 02 de janeiro em greve ao trabalho extraordinário, sendo que na quinta e na sexta-feira cumpriram uma paralisação total.

Para o Ano Novo está prevista greve ao trabalho normal e suplementar no período noturno, entre as 22:00 do dia 01 e as 06:00 do dia 02 de janeiro.





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