“É um tema muito delicado, mas… Não tenho visto gente. As ruas estão abarrotadas de carros. Chegas e não sabes por onde começar. Há tantos carros, tanta coisa. É difícil sobretudo para as pessoas mais velhas, mais vulneráveis.”
O amigo, de pá ao ombro, continua: “Quando falas com alguém, a primeira coisa que fazem é chorar. Sabes que precisam de ajuda”. Álvaro Felguera, 21 anos, não tem dúvidas: “Somos poucos para o que é preciso. Que se chame o exército a sério. 500 não são nada.”
São sobretudo jovens os que caminham em direção às povoações mais afetadas pela tempestade — que já matou pelo menos 211 pessoas, segundo os dados mais recentes. Organizam-se pelas redes sociais, em grupos no WhatsApp, Telegram ou Facebook.
A resposta massiva emociona Rosa Colombo, 67 anos, que a um ritmo mais lento vai empurrando o seu carrinho de compras. O marido vai uns metros à frente. “Temos uns amigos em Picanya e levamos-lhes algumas coisas, uma sopa, pão. Vamos ajudar no que pudermos a tirar a lama.” Sorri quando percebe que fala com jornalistas portugueses. Explica que a sobrinha trabalha em Lisboa a monitorizar conteúdos no TikTok.