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Hamas diz que morte de líder “não vai ficar impune” e Abbas condena “ato cobarde e acontecimento perigoso” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jul 31, 2024

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O grupo islamita palestiniano Hamas responsabilizou esta quarta-feira Israel pelo assassínio do chefe do gabinete político da organização, Ismail Haniyeh, em Teerão, e disse que esta morte “não vai ficar impune”.

Também a Autoridade Palestiniana (ANP) e países como Irão, Turquia e Rússia juntaram-se ao coro de vozes que condenaram a morte do líder.

Haniyeh “morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro“, lê-se num comunicado do Hamas, informou a agência de notícias iraniana Tasnim.

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Também o líder da ANP, Mahmud Abbas, e o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, condenaram a morte de Haniyeh.

Abbas, que governa partes da Cisjordânia ocupada, “condenou veementemente o assassínio do líder do Hamas e considerou-o um ato cobarde e um acontecimento perigoso”, informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa.

Além disso, “apelou às massas e às forças do povo palestiniano para a unidade, a paciência e a firmeza face à ocupação israelita”.

Al-Sheikh, por seu lado, descreveu “o assassínio” de Haniyeh como “um ato cobarde”.

“Obriga-nos a permanecer mais firmes diante da ocupação”, sublinhou nas redes sociais.

O Hamas, que está em guerra com Israel desde 7 de outubro de 2023, disse esta quarta-feira que Haniyeh foi morto num ataque atribuído a Israel, em Teerão, onde se encontrava de visita oficial para assistir à tomada de posse do novo Presidente do país, Masud Pezeshkian.

Até ao momento, as autoridades israelitas não reivindicaram a autoria do atentado nem confirmaram a morte de Haniyeh.

Aiatola Khamenei promete “punição severa” contra Israel e diz que é “dever” do Irão “vingar” o sangue do líder do Hamas

Numa reação, o Irão afirmou que a morte de Haniyeh vai servir para reforçar os laços entre o país e o povo palestiniano e promete “punição severa”.

“Com esta ação, o regime sionista criminoso e terrorista prepara o terreno para uma punição severa para si próprio. Consideramos que é nosso dever vingar o seu sangue, já que foi martirizado no território da República Islâmica do Irão”, disse Aiatola Khamenei, líder supremo do Irão, em declarações difundidas pela agência iraniana Irna e citadas pelo The Times of Israel.

Também o Presidente iraniano Masoud Pezeshkian, garante que Irão vai “defender a sua integridade territorial, a sua dignidade, honra e orgulho, e vai fazer com que os ocupantes terroristas se arrependam do seu ato cobarde”, segundo declarações difundidas pela imprensa iraniana.

De acordo Nasser Kan’ani, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, citado pela agência de notícias oficial Mehr, “o martírio do irmão Ismail Haniyeh em Teerão reforçará os laços profundos e inquebráveis entre a República Islâmica do Irão e a amada Palestina e a Resistência“.

Kan’ani expressou ainda “condolências pelo martírio de Ismail Haniyeh”.

Outros países já reagiram à morte do chefe do Hamas, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, a denunciar um “inaceitável assassínio político”.

A Turquia condenou o “pérfido assassinato” de Haniyeh e garante que a “barbárie sionista não alcançará os seus objetivos”. Em publicação no X, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. um aliado próximo do ex-líder, classificou o ataque de “vil” e com o único objetivo de “perturbar a causa palestiniana, a nobre resistência de Gaza e a luta legítima dos irmãos palestinianos, para quebrar a vontade dos palestinianos e intimidá-los” — objetivo que afirma que não será alcançado.

Ainda o gabinete do chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan, pronunciou-se sobre o sucedido:”Mais uma vez, ficou demonstrado que o governo de Netanyahu não tem qualquer intenção de alcançar a paz”.

Já o Qatar questiona negociações entre Israel e o Hamas após morte de Haniyeh. O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, questionou esta quarta-feira se a mediação entre Israel e o Hamas deve continuar após o assassinato do líder. “Os assassinatos políticos e o facto de os civis continuarem a ser alvo de ataques em Gaza (…) levam-nos a perguntar como é que a mediação pode ser bem sucedida quando uma parte assassina o negociador da outra parte”, escreveu o primeiro-ministro nas redes sociais.

“A paz precisa de parceiros sérios”, acrescentou na mesma mensagem, numa altura em que não ocorrem contactos nas negociações sobre eventuais tréguas em Gaza.

O governo do Paquistão seguiu o exemplo dos vários países, afirmando que foi um “ato imprudente. Um aventureirismo na região” ” e alertou para uma possível “escalada perigosa”. o ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês destacou ainda num comunicado, citado pela Aljazeera, que os últimos atos de Israel constituem “uma escalada perigosa numa região já de si volátil e minam os esforços de paz”.

Abdul Salam, filho do líder do Hamas morto no ataque em Teerão, também assegurou que a resistência do movimento islamita não vai terminar com o “assassinato dos seus líderes”.

Estamos numa revolução e numa batalha contínua contra o inimigo, e a resistência não termina com o assassinato dos líderes”, afirmou Salam, citado pela agência noticiosa iraniana Mehr, referindo, sem detalhar, que o “desejo” do seu pai “foi realizado”.

O chefe do gabinete político do movimento do Hamas e um dos seus guarda-costas, foram mortos num ataque aéreo em Terão, segundo a imprensa local.

“Haniyeh estava numa das residências especiais para veteranos de guerra no norte de Teerão quando foi morto por um projétil aéreo”, informou a agência de notícias local Fars, uma informação repetida por outros meios de comunicação social.

Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito em 1962. Estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas. Licenciou-se em literatura árabe em 1987.

Foi escolhido para dirigir um gabinete do Hamas em 1997 e em 2006 liderava a lista do movimento que ganhou as eleições legislativas palestinianas, transformando-se no primeiro-ministro de um governo de unidade com o Fatah de Mahmud Abbas.

As divergências entre as duas formações terminaram com a expulsão do Fatah de Gaza e a tomada do poder no enclave pelas forças fundamentalistas, governado pelo Hamas desde 2007.





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