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Imigração e extrema-direita alimentaram choque a dois entre Temido e Bugalho – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 21, 2024

A determinada altura do debate, os candidatos foram desafiados a eleger as prioridades dos respetivos mandatos e que comissões pretenderiam integrar no Parlamento Europeu. Arrancou Bugalho, elegendo os Assuntos Externos e os Assuntos Constitucionais, por causa da questão do alargamento, como objetivos do seu mandato. Logo de seguida, Temido escolheu os Assuntos Sociais, dentro dessa grande pasta a Habitação e as políticas para a Juventude. E foi aí que o caldo entornou, quando o candidato da AD provocou a socialista: votará ou não a favor da inclusão da Habitação como direito na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, como pretende a coligação PSD/CDS.

Na resposta, a antiga ministra da Saúde recordou as posições assumidas no passado pela família política onde se inclui Sebastião Bugalho e defendeu que nada do que defende o independente fará qualquer diferença em matéria de Habitação Pública. “O que é que isso resolve?”, foi provocando a socialista, num dos momentos mais quentes do debate, em que era praticamente impercetível o que ambos os candidatos tentavam dizer.

Na vez de João Oliveira, o comunista não só tentou colar PS e PSD na falta de respostas que vão sendo dadas, à escala europeia, em matéria de Habitação, como elegeu o Emprego e os Assuntos Sociais como prioridades dos eurodeputados comunistas. Às várias provocações de Sebastião Bugalho para se pronunciar sobre a bandeira do PCP em matéria de pertença ao Euro, o cabeça de lista comunista não recuou: “É preciso que o país se prepare para a libertação do Euro. Mas, até lá, há muita coisa para fazer.”

Ora, seguiu-se Tânger Corrêa, que não fugiu ao guião do Chega: “Agricultura e Pescas, luta anti-corrupção e imigração”, priorizou o embaixador, antes de explicar: “Queremos uma reformulação da Política Agrícola Comum para apoiar os pequenos e médios agricultura. Somos contra o Pacto Migratório porque ataca a soberania dos países. E, não acusando nenhum dos outros partidos, sabemos que existem bastantes casos da corrupção. A corrupção é o pior cancro que existe.”

João Oliveira não se ficou: “Há limites para incoerência”, atirou o ex-deputado comunista recordando que em Bruxelas o Chega defende a luta anti-corrupção, mas “cá em Portugal impede uma comissão de inquérito à Vinc”; dentro de fronteiras, divide entre imigrantes e portugueses, lá fora admite regras diferentes para os vários Estados-membros. “Como é que esse discurso bate certo com o que dizem cá? Não tente enganar os portugueses”, rematou o comunista.

De resto, o tema da imigração acabou por provocar outro bate boca entre os quatro candidatos. Sebastião Bugalho começou por assumir que a Aliança Democrática tudo fará para alterar as regras do Pacto Migratório, nomeadamente para combater as “redes de tráfico”, pelo alargamento “dos mecanismos de imigração legal” e pelos “consensos construtivos”. Como exemplo, o candidato independente elegeu a alteração da diretiva “Blue Card”, que estabelece as condições de entrada e residência de cidadãos altamente qualificados e países fora da UE, para baixar o nível salarial dos requerentes destes vistos.

Marta Temido não se ficou e acusou Bugalho de querer defender apenas “aqueles imigrantes mais qualificados”, fechando as portas a todos os outros. Mais um momento em que a troca de acusações subiu de tom e que tornou impercetível os argumentos de parte a parte – neste e noutros momentos, Bugalho acusou a socialista de faltar à verdade e Temido acusou o candidato da AD de estar a tentar “enganar” os portugueses.

Tânger Corrêa, por sua vez, tentou balizar as posições do Chega sobre esta matéria, dizendo que a Europa deve priorizar os “seus cidadãos e depois os de fora da Europa”, recusando “uma Europa de portas escancaradas” e lembrando que existem já “40% de portugueses no limiar da pobreza”.

Acusando o Chega de ter um discurso que coloca imigrantes contra portugueses, João Oliveira defendeu que é importante que o país garanta o “acolhimento de imigrantes com condições” e rematou: “Portugal deve fazer um investimento nas condições que são necessárias para acolher imigrantes”.



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