Um advogado iraniano franco que criticou publicamente a forma como o governo lidou com os protestos de 2022 pela morte de Mahsa Amini foi preso, informou a mídia estatal no domingo.
A agitação seguiu a morte da jovem de 22 anos detida pela polícia por supostamente não usar adequadamente seu hijab obrigatório. Os protestos massivos rapidamente se transformaram em apelos para derrubar a teocracia islâmica de quatro décadas do Irã.
A agência de notícias Mizan, do judiciário, disse no domingo que Mohsen Borhani já havia sido condenado, mas não deu mais detalhes sobre seu caso ou pena de prisão.
Borhani, também professor universitário, tornou-se popular nas redes sociais por suas opiniões críticas ao governo iraniano durante as manifestações de 2022 que abalaram a República Islâmica e desencadearam uma repressão de segurança que matou mais de 500 pessoas e viu mais de 22.000 detidas. Investigadores da ONU disseram que o Irã foi responsável pela violência física que levou à morte de Amini.
A prisão do advogado ocorreu um dia após o presidente reformista Masoud Pezeshkian foi eleito para liderar o país.
Pezeshkian prometeu facilitar a aplicação da lei do véu obrigatório no país e se aproximar do Ocidente após anos de sanções e protestos que pressionaram a República Islâmica.