Portugal, através do ISQ e de um projeto que envolverá um total de 8,6 milhões de euros, vai contribuir para a produção de fertilizantes de base tecnológica, reduzindo a dependência europeia de fertilizantes minerais importados, anunciou esta segunda-feira a empresa.
O ISQ pertence a consórcio internacional ReLEAF composto por 17 empresas tecnológicas e organizações de investigação, de nove países europeus, revelou esta segunda-feira a instituição privada em comunicado, esclarecendo também que vai contribuir para a produção de fertilizantes de base tecnológica.
E prossegue: “O projeto ReLEAF visa revolucionar a indústria de fertilizantes de base biológica em alinhamento com o Acordo Verde Europeu e a Estratégia revista de Bioeconomia da União Europeia”, com a ajuda de “soluções tecnológicas inovadoras”.
Desta forma, poder-se-á, a médio prazo, reduzir a dependência europeia de fertilizantes minerais importados, lê-se no comunicado.
Rita Alberto, da direção de Inovação do ISQ, citada no comunicado, afirma que o desafio ao ISQ e ao consócio europeu é “valorizar os fluxos de bio-resíduos generalizados em toda a Europa — incluindo lamas de depuração, resíduos de processamento de peixe, resíduos alimentares mistos e resíduos agroalimentares — para produzir fertilizantes de base biológica (BBF) seguros, sustentáveis e eficientes”.
O projeto, co-financiado pela CBE JU (Circular Bio-based Europe Joint Undertaking), UKRI (UK Research and Innovation) e SERI (Swiss State Secretariat for Education, Research and Innovation), centra-se na “transformação sistémica dos setores industriais envolvidos na bioeconomia” para alcançar a “neutralidade climática”, aumentar a biodiversidade, combater a poluição e reduzir a dependência dos recursos fósseis, salienta.
Através de soluções inovadoras, o consórcio planeia integrar novas tecnologias, estabelecer cadeias de valor sustentáveis e criar modelos de negócio circulares, que contribuirão para a sustentabilidade ambiental e o crescimento económico através da criação de emprego verde, colaborações e parcerias.
Estes BBF foram concebidos para melhorar a saúde e a qualidade do solo, fechar os ciclos de nutrientes na cadeia de valor alimentar e reduzir a dependência de fertilizantes minerais importados.
A ambição do projeto é aproveitar as cadeias de abastecimento e os canais de venda existentes dos parceiros ReLEAF para comercializar as soluções e os produtos desenvolvidos na UE e a nível mundial.
Além disso, o projeto vai otimizar os requisitos de matéria-prima e as tecnologias de extração de compostos e produção de ingredientes, demonstrar tecnologias de formulação e produção de fertilizantes e avaliar a eficiência dos fertilizantes, a qualidade do solo e a segurança dos produtos.
Adicionalmente, irá envolver-se na exploração e co-criação da cadeia de valor para garantir a circularidade, realizar avaliações de sustentabilidade ambiental, económica e social.
“O ISQ contribuirá com a sua experiência e conhecimentos especializados em matéria de sustentabilidade, circularidade e segurança e saúde no trabalho desde a conceção, a testes químicos e microbiológicos apoiados pelos seus laboratórios acreditados”, acrescenta também Rita Alberto.
Através de uma abordagem abrangente, o ReLEAF visa enfrentar desafios significativos, tais como a dependência de cadeias de abastecimento externas e de recursos derivados do petróleo para a produção de fertilizantes, promovendo simultaneamente a valorização dos resíduos e a segurança do abastecimento a nível regional.
À medida que o consórcio ReLEAF embarca nesta jornada transformadora, contribui não só para os objetivos da Missão “A Soil Deal for Europe”, mas também expande a base de conhecimento sobre os BBF em todo o continente, abrindo caminho para uma bioeconomia mais sustentável e circular, conclui.