A cabeça de lista da Alternativa Democrática Nacional (ADN) nestas eleições europeias, Joana Amaral Dias, tentou entrar no debate para as eleições europeias na noite desta terça-feira, transmitido na RTP 1 e que contou com a presença de quatro cabeças de lista — Sebastião Bugalho (Aliança Democrática), Marta Temido (PS), João Oliveira (CDU) e António Tânger Corrêa (Chega). A candidata acabou “barrada”, como escreveu na rede social X.
Ao lado de Bruno Fialho, presidente do ADN, Joana Amaral Dias entrou inicialmente nos estúdios da RTP com sucesso. “Abriram-nos a cancela. É um facto extraordinário, é um momento épico”, celebrou dentro do carro a candidata a um lugar de eurodeputada, que transmitiu em direto nas suas redes sociais a par e passo a sua tentativa de entrar no debate das europeias.
Bruno Fialho e Joana Amaral Dias estacionaram o carro no parque de estacionamento da RTP e depois entraram na sede do canal de televisão. “Já estamos dentro da RTP. Estou pronta a debater, até pus um bocadinho de batom e tudo”, afirmou a cabeça de lista do ADN.
No vídeo, Joana Amaral Dias queixa-se da decisão do juiz sobre uma providência cautelar interposta pelo ADN, na qual exigia participar nos debates para as europeias, pelo menos nos organizados pela RTP. O juiz, de acordo com a candidata, argumentou que o partido não tinha provas de que não tinha sido convidado para os debates. “Não nos restou outra hipótese se não vir até à RTP”, justificou a cabeça de lista do ADN, acrescentando: “Mostrar que ou de duas uma: ou nos deixam entrar para o debate, ou então pura e simplesmente não nos deixam e ficamos com a prova provada de que não fomos convidados para o debate”.
Segundo o que Joana Amaral Dias escreveu no X, a candidata e Bruno Fialho andaram “perdidos” dentro das instalações da RTP até ao momento que se encontrarem com Joana Garcia, diretora adjunta da televisão estatal, a que perguntaram porque não podiam estar presentes no debate. O presidente do partido e a cabeça de lista recordavam que o ADN obteve 102 mil votos nas últimas legislativas, com direito a subvenção pública, argumentando ainda que a RTP é um canal estatal: “É paga pelos nossos impostos”.
Ainda que a ex-deputada tenha escrito que Joana Garcia “recusou dar explicações”, a diretora adjunta da RTP recordou que Joana Amaral Dias tinha sido convidada para o debate dos partidos sem representação parlamentar no dia 30 de maio, explicando ainda que a data e os participantes dos debates para os europeias — partidos “com representação parlamentar na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu” — foram decididos num “consórcio” em conjunto com a SIC e a TVI.
Bruno Fialho e Joana Amaral Dias reclamaram, no entanto, pela suposta falta de resposta por parte da RTP a um email que os dois dizem ter enviado ao canal público. Em resposta, Joana Garcia sublinhou que informou a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) sobre o assunto.
Joana Amaral Dias escreveu no X que a diretora adjunta “fez questão de impedir fisicamente a entrada” no debate, recusando-se “a dar explicações” e coagindo a desligar o direto nas redes sociais “com ameaças judiciais”. No vídeo, só é possível ouvir Joana Garcia a pedir para que a cabeça de lista do ADN não faça gravações do momento. Inicialmente, a cabeça de lista mostrou-se renitente a cumprir a ordem, mas depois acabou por o fazer.