(Artigo em atualização)
José Sócrates diz ser alvo de uma “campanha mediática e do sistema judiciário” no processo Operação Marquês.
“A campanha tem muitos meses. A campanha de uma parte do sistema judiciário segundo a qual sou responsável por atrasos na Operação Marquês é anterior a isto. O direito de recurso é uma garantia constitucional. A verdade é que o processo de inquérito demorou quatro anos. Fui preso e a acusação só veio apresentada três anos depois. Esses quatro anos são da responsabilidade do Ministério Público. Depois a instrução demorou três anos e a responsabilidade é aí do tribunal. Depois houve um conflito de competências entre juizes… Nove dos 10 anos são da inteira responsabilidade do estado judiciário. É absolutamente falso o discurso das manobras dilatórias”, afirmou o antigo primeiro-ministro em entrevista à CNN, no dia em que se cumprem 10 anos da sua detenção no aeroporto de Lisboa, sem que o julgamento do processo Operação Marquês tenha ainda começado.
O ex-governante viu o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) colocar na quarta-feira um travão no “carrossel de recursos” no processo, com a rejeição de mais uma reclamação apresentada pela sua defesa. Os juízes desembargadores decidiram aplicar o artigo 670.º do Código de Processo Civil contra manobras dilatórias, forçando o início do julgamento do ex-primeiro-ministro e dos restantes arguidos da Operação Marquês pela prática de 118 crimes — pelos quais foram pronunciados a 25 de janeiro deste ano pela 9.ª Secção da Relação de Lisboa.