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O arcebispo de Cantuária, Justin Welby, demitiu-se da liderança da Igreja Anglicana esta terça-feira, dizendo que renunciou “com tristeza” depois de não ter conseguido garantir que houvesse uma investigação adequada sobre as alegações de abuso por parte de um voluntário em campos de férias cristãos nos anos 70 e 80.
Estava a sofrer pressão para se demitir após uma investigação ter revelado que não informou a polícia sobre abusos físicos e sexuais cometidos em série por um voluntário em campos de férias cristãos. Um relatório publicado na semana passada, citado pela ABC News, prova que podia tê-lo feito em agosto de 2013, quando foi informado oficialmente do caso de agressões sexuais cometidas por John Smyth, pouco depois de se ter tornado arcebispo de Cantuária.
Líder da Igreja Anglicana pressionado para se demitir. Não denunciou casos de abuso sexual em campos de férias que conheceu em 2013
Na semana passada, Welby reconheceu responsabilidade por não ter garantido que as acusações fossem investigadas com a “energia” com deveriam ter sido depois de ter tido conhecimento do historial de abusos. Mas garantiu que, mesmo assim, não se iria demitir. “Como disse, não tinha conhecimento ou suspeita das acusações antes de ser informado em 2013 – e, portanto, depois de refletir, não pretende demitir-se”, referiu um porta-voz da Igreja em comunicado.
Nos últimos dias, alguns membros do Sínodo Geral, a assembleia nacional da Igreja Anglicana, criaram uma petição a pedir ao Arcebispo de Cantuária que se demitisse, defendendo que tinha “perdido a confiança do seu clero”. A petição reuniu mais de 6.800 assinaturas até ao final da tarde desta segunda-feira.