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Mali corta relações diplomáticas com Ucrânia por causa da controvérsia do ataque de Wagner

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Ago 5, 2024

A medida segue os comentários de autoridades de Kiev sobre os ataques ocorridos no final do mês passado contra soldados malineses e mercenários do grupo russo Wagner.

O Mali anunciou que está rompendo relações diplomáticas com a Ucrânia, acusando um alto funcionário de ter admitido o papel de Kiev em uma pesada derrota em julho, que matou dezenas de mercenários do grupo Wagner da Rússia, bem como soldados malinês.

Os rebeldes tuaregues do norte dizem que mataram pelo menos 84 mercenários e 47 soldados malineses em três dias de combates no final do mês passado no norte do país da África Ocidental, no que pareceu ser a derrota mais pesada do Wagner desde que entrou no conflito há dois anos.

Em 29 de julho, Andriy Yusov, porta-voz da agência de inteligência militar da Ucrânia (GUR), disse à emissora pública Suspilne que os rebeldes malianos receberam “todas as informações de que precisavam, o que permitiu [them] para realizar sua operação contra os criminosos de guerra russos”.

O Mali disse que soube “com profundo choque” dos comentários e que Yusov “admitiu o envolvimento da Ucrânia em um ataque covarde, traiçoeiro e bárbaro por grupos terroristas armados que resultou na morte de membros das Forças de Defesa e Segurança do Mali”.

Disse que romperia relações “com efeito imediato”, disse uma declaração do porta-voz do governo, Coronel Abdoulaye Maiga.

Mali também citou comentários do embaixador da Ucrânia no Senegal, Yurii Pyvovarov, que foi convocado pelo Senegal no sábado por causa de um vídeo publicado no Facebook no qual Pyvovarov forneceu “apoio inequívoco e incondicional ao ataque terrorista” no Mali.

As ações da Ucrânia violaram a soberania do Mali e constituíram interferência estrangeira inaceitável e apoio ao terrorismo internacional, de acordo com Maiga.

Pessoas ficam perto de um memorial improvisado ao chefe mercenário russo Yevgeny Prigozhin, que morreu em um acidente de avião no ano passado, após pesadas perdas de Wagner no Mali no final de julho [Pavel Bednyakov/AP Photo]

Três dias de intensos combates eclodiram perto da fronteira com a Argélia em 25 de julho, em um acampamento militar em Tinzaouatene.

O exército do Mali admitiu ter sofrido um “grande número” de mortes durante os confrontos, mas não divulgou números.

Esta semana, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, reafirmou seu apoio a Bamako em uma ligação telefônica com seu colega malinês, Abdoulaye Diop.

Os militares do país da África Ocidental tomaram o poder em um golpe em 2020 e priorizaram a retomada do país dos separatistas e grupos linha-dura ligados à Al-Qaeda e ao grupo ISIL (ISIS).

Eles também se aproximaram da Rússia, e Wagner está operando no Mali desde o final de 2021, substituindo tropas francesas e forças de paz internacionais.

Acredita-se que o grupo mercenário tenha cerca de 1.000 combatentes no Mali, mas também foi acusado de ajudar a realizar ataques e ataques de drones que mataram civis.

As autoridades malienses negam as acusações.

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