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Membros do Royal Albert Hall acusados de lucrar com venda de bilhetes em espetáculos de solidariedade – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 13, 2024

Vários membros com acesso exclusivo ao Royal Albert Hall, no Reino Unido, estão envolvidos num escândalo depois de ser revelado que utilizaram a sua quota de bilhetes para lucrar com espetáculos de beneficência que revertiam a favor de jovens com cancro.

A informação é avançada pelo The Guardian, baseada no testemunho de Roger Daltrey, o vocalista dos The Who, um dos artistas que atuou nos últimos meses para o Teenage Cancer Trust no recinto histórico, em Londres. O músico levantou questões sobre a venda de bilhetes em lugares reservados a supostos membros exclusivos. Já a instituição de caridade lamentou que os bilhetes tivessem sido vendidos com vista à obtenção de benefícios financeiros privados e não destinados à caridade.

Daltrey, que deixou formalmente o seu cargo de curador dos concertos de beneficência, após 24 anos na posição, disse que a atitude de alguns membros não é aceitável. “É óbvio que têm o direito de ficar com os bilhetes, mas se isso é moralmente correto ou incorreto é uma coisa diferente”, afirmou. “É lamentável o que se está a passar. É uma questão moral“, acrescentou, apelando a que sejam alteradas as regras relativas à utilização de bilhetes para os membros com direitos vitalícios.

Enquanto alguns detentores autorizaram que o seus lugares fossem vendidos pela bilheteira em benefício de causas de solidariedade, outros lucraram com a sua venda num site de venda de bilhetes. Segundo o jornal britânico, foram vendidos lugares para assistir aos espetáculos dos The Who, em março, por 139 libras (161 euros) no site Hoorah.

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Um quarto dos 5.272 lugares do Royal Albert Hall são propriedade dos 316 sucessores e herdeiros dos subscritores originais que financiaram a criação do recinto, em 1867. Citado pelo jornal britânico, Richard Lyttelton, antigo presidente do Royal Albert Hall, abordou a questão numa sessão da Câmara dos Lordes em que se analisaram possíveis alterações aos estatutos do local.

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“Os artistas fizeram a sua atuação e patrocinaram todo o concerto. Alguns membros consideraram que era totalmente apropriado, porque são investidores que vendem os seus bilhetes para seu benefício próprio. Penso que isso ilustra bem o tipo de mentalidade”, afirmou o antigo responsável.



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