O líder do PSD/Madeira e ainda presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, diz que “não há linhas vermelhas” para um eventual entendimento com o Chega que permita a viabilização de um executivo na região.
Numa entrevista à RTP Madeira, Albuquerque foi questionado sobre se estava disponível para entendimentos com outros partidos, incluindo o CDS, o PAN e o Chega. “Claro que sim, o povo é que determina”, respondeu.
Questionado diretamente sobre se haveria linhas vermelhas relativamente ao Chega, garantiu que não.
“Não há linhas vermelhas. Desde que sejam partidos que estejam aceites no sistema constitucional, nós temos de falar com os partidos todos”, assinalou.
“Esta história de estigmatizar alguns partidos, a que é que leva? Leva ao crescimento dos mesmos. O que o PS fez com o Chega levou a que o criador fosse devorado pela criatura”, acrescentou.
Esta quarta-feira é um dia vital para o futuro da Região Autónoma da Madeira. Depois da demissão de Miguel Albuquerque, em janeiro, na sequência do caso judicial que visa suspeitas de corrupção na Madeira, esgotou-se esta semana o prazo dentro do qual Marcelo Rebelo de Sousa não podia dissolver o parlamento regional.
Ao longo desta quarta-feira, Marcelo recebe os partidos com representação parlamentar na Madeira. Para as 18h00 está marcado o Conselho de Estado, de que poderá sair uma decisão de Marcelo de convocar eleições ou não.
Se Marcelo decidir não dissolver o parlamento regional, a ideia é que o representante da República, Ireneu Barreto, nomeie um novo Governo Regional. O PAN, partido que suporta o PSD na governação regional, já disse que aceita a solução desde que não seja Albuquerque o líder.
Albuquerque disse que está preparado para eleições, mas deixou um alerta: “Irá trazer implicações negativas para a Madeira, para a nossa economia.”
Sobre a sua posição no PSD a nível nacional e sobre a sua relação com Luís Montenegro, Miguel Albuquerque assegura que está “perfeitamente à vontade”. Albuquerque ocupa o lugar de presidente do congresso do PSD, mas diz não estar “agarrado ao lugar” — e garante que está tudo bem na sua relação com o líder nacional.
“Já falei com ele, já lhe dei os parabéns, está tudo ok”, afirmou.