O ex-ministro social-democrata Miguel Relvas defende que a intervenção feita esta quarta-feira, às 20 horas, pelo primeiro-ministro foi “excessiva” e considera que o anúncio feito por Montenegro (de mais 600 viaturas para as forças de seguranças) não devia ter sido feito com “aquela solenidade”.
“Pareceu-me excessivo. Sabemos que, nos últimos anos, muito do [investimento] que estava previsto foi cativado. O que o primeiro-ministro veio dizer foi que aconteceu [esse investimento]. Mas não era preciso ter sido feito com aquela solenidade“, disse Miguel Relvas, durante um debate com o ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, no programa Tira Teimas, da rádio Observador.
Relvas considera que esta intervenção “excessiva” pode fazer com que os portugueses desvalorizem um próximo anúncio de uma comunicação ao país do primeiro-ministro. “Não vem mal ao mundo mas é algo que tem de ser corrigido. Numa próxima intervenção, os portugueses vão ficar a pensar se é importante ou não. Há que saber graduar“, defendeu.
Relvas vs. Cabrita: Luís Montenegro errou?
Questionado sobre as próximas eleições presidenciais, o ex-ministro do PSD criticou o almirante Gouveia e Melo, sugerindo que o ainda Chefe do Estado-Maior da Armada (que já comunicou que não quer ser reconduzido à frente daquele órgão) não deu ainda a conhecer o seu pensamento político.
“Quem quer mostrar muita vontade de ir ao pote vai pagar um preço. Os portugueses não querem quem quer a todo o custo ser Presidente da República. Um candidato a Presidente da República tem de saber qual o modelo para o SNS, qual o modelo para a Segurança Social, tem de saber de segurança, administração pública”, disse o ex-ministro, e atual comentador da CNN, durante o debate com Eduardo Cabrita, no Tira Teimas, da rádio Observador.
“São fenómenos como este que trazem o populismo. Para combatermos o populismo, temos de ter à frente do país quem tem mais condições”, defendeu.