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As Forças Armadas ucranianas usaram, esta quarta-feira, pela primeira vez, mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow em território russo, segundo a agência Bloomberg e o jornal Guardian, citando várias fontes.
“O Reino Unido aprovou o uso de mísseis Storm Shadow em resposta ao envio de tropas norte-coreanas pela Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, uma medida que o governo britânico considerou uma escalada”, segundo um responsável ocidental à Bloomberg sob anonimato.
Esta informação foi reforçada pelo Guardian, que noticiou, esta quarta-feira, que a Ucrânia “disparou mísseis produzidos no Reino Unido contra a Rússia pela primeira vez”, de acordo com várias fontes ouvidas pelo jornal britânico.
A agência Ukrinform menciona pelo seu lado canais de propaganda russa na rede Telegram, que relatam a presença de destroços de Storm Shadow na região de Kursk, enquanto dois mísseis foram intercetados sobre Yeysk, um porto do Mar Negro em Krasnodar.
As autoridades de Londres, Kiev e Moscovo não confirmaram até ao momento a autorização dos britânicos para a Ucrânia usar este tipo de armamento de longo alcance contra a Rússia.
“Neste momento não consigo entrar em mais detalhes operacionais”, afirmou o secretário da Defesa, John Healey, na Câmara dos Comuns, de acordo com a BBC, acrescentando que “a ação da Ucrânia no campo de batalha fala por si”.
O governante limitou-se a dizer que falou na terça-feira com o seu homólogo ucraniano e que ambos discutiram “uma resposta robusta” à recente escalada militar da Rússia e o plano do Reino Unido para apoiar Kiev ao longo de 2025.
O ataque com mísseis britânicos acontece dois dias após as forças ucranianas terem usado mísseis norte-americanos de longo alcance ATACMS na região russa de Bryansk, logo após uma autorização a Kiev do Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden.
Biden permite que Ucrânia use armas de longo alcance para atacar a Rússia. Políticos russos ameaçam com “terceira guerra mundial”
Na terça-feira, dia em que se assinalaram mil dias sobre o início da invasão russa da Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que aumenta as possibilidades de utilização das armas nucleares da Rússia.
Várias potências ocidentais tinham já alertado que consideravam inaceitável a mobilização de cerca de dez mil militares norte-coreanos para lutar ao lado do Exército russo na região fronteiriça de Kursk, invadida pelas tropas ucranianas em agosto.
Esta escalada militar na guerra da Ucrânia ocorre numa fase em que as forças ucranianas lidam com uma progressão das tropas russas na região leste de Donetsk, e procuram segurar as suas posições em Kursk.