Luís Montenegro recordou este domingo que, enquanto líder social-democrata, está vinculado a apoiar um candidato presidencial que seja “preferencialmente” militante do PSD. O primeiro-ministro reagia assim à notícia avançada pelo Observador de que Gouveia e Melo está indisponível para ser reconduzido como Chefe de Estado-Maior da Armada e fica assim livre para abraçar uma candidatura à sucesão de Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, onde participa na 15.ª edição do Prémio Manuel António da Mota, Montenegro recusou comentar a indisponibilidade de Gouveia e Melo e remeteu para mais tarde qualquer esclarecimento formal por parte do Governo.
Ainda assim, o líder social-democrata não deixou de sublinhar que tem uma estratégia definida para as eleições presidenciais desde o último Congresso do partido, que se realizou no final de outubro, em Braga — estratégia essa que foi legitimidada pelos militantes do PSD.
“Estou vinculado a uma moção estratégica que apresentei no último Congresso”, recordou Montenegro aos jornalistas. Nesse documento, o líder social-democrata traça o perfil do candidato presidencial que quer apoiar — e que excluiu objetivamente Gouveia e Melo.
“Há seguramente nos nossos quadros partidários, militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da nossa participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na Nato, na CPLP e em todas as plataformas internacionais em que intervimos”, escreveu o líder social-democrata.
No início de outubro, em entrevista a Maria João Avillez, na SIC, Luís Montenegro deu um empurrão considerável à proto-candidatura de Marques Mendes, de quem é muito próximo, dizendo que o conselheiro de Estado e antigo líder do PSD “é um dos que encaixam melhor no perfil” traçado para as presidenciais. “Não é o único, mas é um dos que encaixam melhor”, fez questão de frisar.