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“Muro de betão nas proximidades da pista não lembra a ninguém” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 29, 2024

O comandante José Correia Guedes, antigo piloto e especialista em aviação, questionou a lógica da existência de um muro de betão no final da pista do aeroporto de Muan, na Coreia do Sul, onde esta madrugada um avião da Jeju Air se despistou, causando a morte a 179 das 181 pessoas a bordo.

“Um facto que constato é terem feito um muro de betão nas proximidades da pista, que é uma coisa que não lembra a ninguém. Enquanto fui piloto, durante quase 40 anos, a última coisa que eu quereria ver no fim de uma pista era um muro de betão. Aquilo não devia estar lá”, referiu.

Em declarações à Rádio Observador, José Correia Guedes lamentou “mais uma tragédia” no setor da aviação, “a segunda no curto espaço de alguns dias”, e recusou especular sobre a eventual intromissão de um bando de pássaros na aterragem da aeronave, apontada como uma possível causa do acidente pelas autoridades.

“Muro de betão junto à pista não lembra a ninguém”

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“Os factos são os seguintes: o avião aterrou sem trem de aterragem, o que torna desde logo a aterragem muito difícil, porque a maior parte da desaceleração é feita com travões e os pneus. Não tendo isso, o avião vai a deslizar”, explicou, sem deixar de frisar, todavia, que a pista de 2.800 metros tinha um comprimento “mais do que adequado a este tipo de avião”.

Com base na análise de fotografias e vídeos sobre o desastre no aeroporto de Muan, a cerca de 290 quilómetros da capital Seul, o antigo comandante assumiu não conseguir ver os ‘flaps’ estendidos nas asas, o que permitiria contribuir para a desaceleração do avião na aterragem. Paralelamente, também não vislumbrou a existência de bombeiros alinhados ao longo da pista, o que é obrigatório perante a indicação de uma avaria.

“A meteorologia estava perfeita, com bom tempo, e não havia vento ou estava muito fraco. O avião foi, de facto, avisado para um bando de pássaros na aproximação à pista e o piloto decidiu dar uma volta, quanto a mim muito bem, e aterrar na mesma pista em sentido contrário para evitar o bando de pássaros”, acrescentou, notando, ainda assim que o avião chegou “com grande velocidade” à pista.

Avião despista-se na Coreia do Sul. Autoridades confirmam 179 mortos e apenas dois sobreviventes

Um avião da Jeju Air saiu de Banguecoque, na Tailândia, e transportava 175 passageiros e seis membros da tripulação, despistando-se por volta das 09:07 (00:07 em Lisboa) quando aterrava no aeroporto de Muan. O último balanço das autoridades sul-coreanas reportou a existência de 179 mortes e apenas dois sobreviventes.

As causas do acidente estão ainda a ser apuradas, mas poderá ter sido originado por um choque com pássaros. As autoridades sul-coreanas revelaram já que os controladores aéreos avisaram o avião, um Boeing 737-800, para os riscos de colisão com aves alguns minutos antes do acidente; um membro da tripulação que sobreviveu terá também referido essa situação após ser resgatado do local.

Este é já um dos desastres mais mortíferos da história da aviação da Coreia do Sul e o pior envolvendo uma companhia aérea local desde 1997, quando um acidente com um avião da Korean Air, em Guam, provocou a morte de 225 pessoas.





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