O Presidente da Ucrânia recusou a ideia de que o conflito está num impasse e sem saída. Assegurando que as fileiras ucranianas estão mais fortalecidas do que há alguns meses, Volodymyr Zelensky assegurou que uma nova contraofensiva depende apenas da capacidade de armar o exército ucraniano.
“Não é um impasse, é uma situação problemática. Um impasse significa que não existe saída. Mas um problema pode ser resolvido se houver vontade e as ferramentas para tal”, defendeu Zelensky em entrevista à Bloomberg a partir de Kiev. “Nós temos a vontade, as ferramentas ainda não chegaram”, acrescentou.
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O líder ucraniano descreveu a demora na entrega de equipamentos dos aliados a Kiev como a “maior tragédia” da guerra. “Entre a decisão e a concretização, temos um longa, longa, longa espera”, atirou.
Zelensky também reiterou a recusa de um cessar-fogo, uma proposta do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, durante a visita de terça-feira a Kiev. O chefe de Estado apontou que, apesar de várias vozes terem sugerido o mesmo, nunca nenhuma apresenta um plano concreto de como poderia funcionar: “Ninguém tem uma resposta”.
Na mesma entrevista Zelensky desafiou o ex-Presidente norte-americano Donald Trump, que se tem gabado de que será capaz de pôr fim à guerra se chegar à Casa Branca para um novo mandato, a partilhar o seu plano para uma paz duradoura.
“Se Trump sabe como pôr fim à guerra, deve dizer-nos hoje”, afirmou. “Se há riscos para a independência ucraniana, se podemos perder o nosso estado queremos estar preparados para isso, queremos saber”, acrescentou. No entanto, deixou claro que nada mudou e que nenhuma proposta que ponha em causa a soberania ucraniana é aceitável.
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“Não podem planear a minha vida, a vida da nossa população, das nossas crianças (…) Queremos entender se em novembro teremos o poderoso apoio dos Estados Unidos ou se estaremos sozinhos”, acrescentou.