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“Não estou com medo do povo, estou com medo da polícia e do governo.” Portugueses em Moçambique sentem-se “sozinhos” no meio de protestos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 5, 2024

A 30 de outubro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português publicou no site uma nota informativa onde recomendava aos portugueses em Moçambique que “evitem ajuntamentos populares e mantenham cuidados de segurança redobrados”, tomando “as medidas de precaução adequadas”.

Além disso, não houve qualquer outra comunicação, posição que tem gerado críticas por parte dos emigrantes em Moçambique: “Sentimo-nos aqui um pouco sozinhos. Até este momento não sentimos que esteja a ser preparado ou equacionado nenhum plano de evacuação. A tomada de medidas tem de ser individual e com networking local… Parece que ninguém pensou que isto pode correr mal”.

Questionado pelo Observador, o MNE garante que “há sempre uma estrutura pensada para este ou outros países para responder a eventuais necessidades de evacuação, mas neste momento não se justificam”. E acrescenta que, até ao momento, não foram feitos quaisquer pedidos de ajuda de portugueses residentes em Moçambique (nem de familiares residentes em território nacional).

Eleições em Moçambique. “Tudo faremos” para ajudar ao diálogo entre forças políticas, disse ministro dos Negócios Estrangeiros português

Na passada segunda-feira já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, dizia que Portugal estava “a acompanhar a situação muito de perto”. “Temos feito, através da nossa embaixada, alguns contactos”, disse, acrescentando a garantia de que a situação no país estava a ser acompanhada “com uma grande vontade que as coisas corram bem, que os resultados e atas eleitorais apareçam e sejam todas publicadas”.

A cerca de dois dias da manifestação prevista em Maputo, Ana, que reside em Moçambique há 15 anos, recusa-se a dizer se vai participar no protesto: “Vontade não me falta de ir para a rua na quinta-feira, mas já sofri muitas represálias e recebi muitas ameaças. Vivemos aqui um turbilhão de emoções. Emoções suicidas: somos capazes de dar o corpo por uma causa que também é nossa”.

Na passada segunda-feira a responsável pelos Negócios Estrangeiros de Moçambique reuniu-se com diplomatas para pedir colaboração para pôr termo às manifestações nas ruas do país. Contudo, até ao momento, isso não aconteceu — pelo contrário, a adesão aos protestos tem-se mantido e tem até dado sinais de estar em crescendo. Ao mesmo tempo, o governo moçambicano continua sem dar sinais concretos de que como planeia agir para acalmar as tensões das últimas semanas.





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